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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

www.biquinidebolinhaamarelinha.wordpress.com

Então, decidi mudar de blog.

Há tempos eu quero ir para o wordpress porque é bem melhor.
Há tempos queria tirar a palavra "mãe"do meu blog, apesar de escrever sobre o assunto.

Pensei, pensei e de repente...biquinidebolinhaamarelinha

Eu considero blog muito terapêutico, acho que todo mundo deveria ter o seu.

Essa música marcou muito a minha infância.
Me rendeu muitas lágrimas. Eu era tímida demais, bicho do mato mesmo.
E sempre que alguém começava a cantar, eu começava a chorar.

Mas a gente cresce. Principalmente depois que se torna mãe.
E hoje eu não ligo mais para isso. Até danço se a música tocar.

Em homenagem a este os outros traumas já superados, e porque não aos que ainda estão por vir:

www.biquinidebolinhaamarelinha.wordpress.com

Agora eu fico por lá.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Vinha mesmo do coração

Eu me lembro de um dia a Lê, ex-colega de trabalho e hoje amiga, pedir para a nossa ex-chefa para sair mais cedo e ir buscar o filho na escola.
Isso porque o Tommy sempre volta de carona com as tias dela, mas ele tinha dado uma reclamada básica sobre isso, daquelas que deixam a gente se sentindo a pior da mães.

Na escola dos pequenos é assim: quando é hora de ir para a casa, a secretária anuncia no microfone o nome da criança. Nome e sobrenome.
Eu me lembro da Lê dizer que ele queria ouvir Tommy Battistel.                

Para a gente pode parecer besteira, é final de dia, estamos cansados.
Mas para eles que passaram o dia todo na escola, estão loucos de saudades dos pais e de casa, é um momento muito muito importante.
Para falar a verdade, só me dei conta realmente desta importância há pouquíssimo tempo.

A Maria Beatriz estava muuuuito manhosa esses dias. Mamãezinha pra cá e pra lá.
Fui buscá-la na escola na terça e as meninas me disseram que ela ficou chorona, querendo colo e perguntando por mim o dia todo.
Chegando em casa ela grudou que nem carrapato. Encolhida mesmo, posição fetal, quase que querendo entrar de novo na minha barriga.
De madrugada ela acordou e me chamou.
O Giovane foi atendê-la e ela chorou tanto, tanto, tanto que chegou a vomitar.

Na manhã seguinte acordou só às nove e meia, ainda manhosa e não querendo ir para a escola.
Mesmo assim fiz a mala, a lancheira e saímos.
Quando chegamos, ela começou a fazer bico de choro, disse que não queria entrar.
Justo ela que às vezes nos pede para ir ao colégio em pleno final de semana.

Enfim, a gente sabe quando é pura birra e quando a reclamação vem do coração.
Este choro vinha do coração e decidi deixá-la comigo.
Estou trabalhando de casa essa semana, conjuntivite.

E o dia todo foi assim: eu trabalhando e ela grudadinha.
Brincou grudadinha, comeu grudadinha, dormiu grudadinha comigo.

Quando sai para terapia no final do dia mais um escândalo, achei que ela fosse vomitar de novo.
Olhei bem nos olhos dela e disse que tinha que sair mas que voltaria para buscá-la. E fui.

Cheguei na terapia arrasada. Contei tudo e ficamos tentando descobrir o porquê de tanta insegurança.
A terapia vale pela família toda!

E na verdade, tivemos tempos turbulentos:
O Giovane e eu viajamos recentemente e muito perto um do outro.
Falamos que vamos mudar de casa (o que pode ser bem confuso e muito subjetivo para uma criança de dois anos, mas enfim, foi com a melhor das intenções)
Ela está tirando a fralda e está gripada.


Não que eu ache pouca coisa, mas ainda assim não estava convencida.
Pensei, pensei, pensei e meu de um click!

Por duas vezes quase que seguidas nos enrolamos no trabalho e no trânsito fomos buscá-la às sete e meia da noite. Ela sai todos os dias às sete.

E fiquei imaginando ela na escola, cansada depois de um longo dia de atividades, vendo todos os amigos serem chamos no microfone, nome e sobrenome, e nada de Maria Beatriz.
As tias indo embora, as luzes das salas e do parquinho sendo apagadas…
Aí ela se vê com a diretora, que por mais que seja um amor de pessoa, já está com a bolsa debaixo do braço.
As duas sozinhas, num silêncio não comum para um ambiente escolar, e a minha filha sem saber direito a que horas iam buscá-la. Ou se iam buscá-la.

Foi duro.

No dia seguinte cedo, olhei bem nos olhos dela e disse que sabia que ela estava chateada por causa disso.
O olhar dela para mim, profundo e sincero, me disse tudo: era isso mesmo que a tinha deixado tão insegura.

No mesmo instante prometi que não iria mais acontecer.
Que ela poderia ir para escola e ficar tranquila.
E ela podia confiar que o papai e a mamãe não iam mais deixá-la na escola tanto tempo depois do horário.

Foi duro.
E vinha mesmo do coração.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Eu e minhas bolsas

Ando bem saudosa do meu bloguinho. Mas também sem tempo/ ânimo para ele.
Até que uma amiga láááá de Londres me disse que estava com saudades e resolvi que tenho que voltar a ter o hábito de escrever.
Porque eu gosto e me faz bem.

Criei coragem e aqui estou eu. Meio sem assunto, confesso. Porque ter assunto também é um hábito.

A Maria Beatriz já cresceu tanto nesse meu tempo de abstinência que seria loucura tentar resumir toda as suas conquistas em linhas.
Ela é já uma menina, como ela mesmo diz. Já tem seu lugar no mundo como um ser pensante. E sim, parece que ela saiu da minha barriga ainda ontem.

Mas voltando a este post, a verdade é que pensei um pouco e esse meu tempo off acabou virando o assunto.

Voltei a trabalhar – fora – no final de abril. Depois de 3 meses de sabático foi uma bela mudança e acho que passei, ou passamos todos lá em casa, por um período de adaptação.
Afinal, isso é o que a gente mais faz na vida – se adapta.

Eu estou muito feliz, achei um emprego bacana, com pessoas legais, faço o que eu gosto. Era o que eu queria.
Mas a sensação que eu tive quando voltei a ter hora para sair de casa foi a de que eu estava trocando de bolsa. Uma grande e espaçosa por uma bem pequena, tipo de festa.
E tive que fazer umas manobras para fazer caber todas as minhas coisas nessa nova pequena bolsa. E não foi de primeira que eu consegui fechá-la não.

Nas primeiras semanas me atrapalhei com as compras do super, que eu costumava fazer de tarde.
A minha neurose com horário me fez perder o humor com o marido e filha muitas e muitas manhãs. E com o trânsito no final do dia.
Vou falar que até escolher roupa era confuso. Veja bem, tinha dias em que eu ficava de havaianas e moletom, essa realmente não era a maior das minhas preocupações.
A disponibilidade para imprevistos eu também não tinha mais. Maria Beatriz ficou em casa uma semana com estomatite, tivemos que fazer um revezamento entre minha mãe, meu marido e eu. Sim, ainda bem que isso é possível.

Não estou reclamando não. E nem acho que essas mudanças sejam ruins. Eu sou um ser que trabalha fora, isso é indiscutível e eu gosto da minha vida assim.
Mas mudanças são mudanças e a gente tem um tempo de adaptação à elas.
Cada um tem o seu e acho que o meu durou até agora.

A parte boa é a que a gente sobrevive.

Nesses tempos atuais o café e o sabão de lavar roupa não acabam mais no meio da semana. Eu sei que tenho que resolver isso antes de segunda-feira.
Já temos o esquema montado para sair de casa no horário sem estress.
As peças de roupa se jogam do armário, já combinadas entre si.
E os imprevistos, bem quanto a eles, a gente tem que saber se adaptar, sempre.
Essa parte não tem muito jeito não…
Ainda bem que existem vários tamanhos de bolsa.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Lar Doce Lar

Esse final de semana fomos para Americana, cidade onde o Giovane nasceu e onde mora toda a sua família. Lá tem chácara com piscina, caixa de areia com balanço e muuuito espaço para a nossa Bê brincar. Ela adora, claro! Tudo é novo. E eu acho muito bacana ela ter um cantinho para sujar o pé na terra de vez enquando.

É muita diversão e claro, muito cansaço. Ela é tão independente, tão segura das coisas que a gente esquece às vezes que ela ainda é pequena e tem pernocas curtas demais. Ao final do dia ela está cheia de felicidade e novas experiências para processar, mas exausta.

Junte isso ao fato de termos tido as quatro estações do ano em apenas um dia. De manhã ela estava na piscina, e de noite, cheia de casaco por causa do vento. O resultado disso é um belo resfriado.

Já no comecinho da noite ela estava fanha, com o nariz escorrendo e chorando muito. Naquela situação que nada agrada. Misto de muito cansaço e mal estar. Demos um xarope e ela ficou chumbada até o meio da madrugada. Mas aí o efeito passou e o sono foi bem agitado até de manhã.

Ela acordou disposta, mas super congestionada. O tempo foi passando e a paciência dela diminuindo. Se a gente fica irritada com sono atrasado, nariz escorrengo e uma tosse que não dá sossego imagina uma criança. Enfim, decidimos mudar de planos e vir logo para casa para que a nossa filhota descansasse. Nessas horas, a gente que é pai e mãe tem que saber ler os sinais que os nossos filhos nos dão, respeitá-los e perceber que é hora de recolher o acampamento.

A segurança de casa + inalação + gotinhas homeopáticas que reequilibram + colinho de pai e mãe = rápida recuperação. O ânimo dela logo mudou. A tosse cedeu e ela conseguiu descansar, foram quase quatro horas seguidas de sono. Acordou revigorada! Dormiu a noite toda e hoje está em casa comigo somente por precaução, porque ela está ótima.

Depois que a gente vira mãe aprende logo que com criança é assim: nem sempre o que a gente programa dá para cumprir. Principalmente quando os pequenos estão dodóis e precisam de descanso. Por eles serem sempre ligados no 220, a gente é que tem que saber a hora de desacelerar. Porque eles acham que tem energia ilimitada, mas isso nao é verdade. E quando o corpo reclama é sinal de que é hora de parar e recarregar as baterias.

Meu coração de mãe fica cheio de orgulho por termos não somente uma casa, mas um lar. Um lugar nosso, onde a nossa pequena se sente bem, segura e feliz.

Nosso Lar, Doce Lar.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Eu não fui criada para ser mãe.

Eu não fui criada para ser mãe. Até tive contato com bebês antes da minha filha mas nunca tinha trocado uma fralda. Até curtia os meus priminhos mas de um jeito bem adolescente e descompromissado do tipo, pode ser que eu nunca tenha um desses então não preciso aprender nada agora.

Eu não fui criada para cuidar da casa. Só soube como fazer uma salsicha quando comecei a namorar com o Giovane, tinha 25 anos. Eu sei, é ridículo mas verdadeiro. Quando eu ia casar a minha mãe até quis me ensinar a fazer arroz, mas não quis aprender. Não era meu mundo.

Além disso, nunca me interessei muito por esses assuntos também. Nas brincadeiras de criança sempre preferi fingir que era a secretária de uma clínica, tinha todas as fichas dos pacientes, marcava e desmarcava consultas pelo telefone. Não gostava de bonecas e nem de brincar de casinha.

Eu fui criada para trabalhar fora, ter minha independência desde cedo. E foi assim: já trabalhava no colegial, fiz faculdade no tempo "certo", quando terminei já era funcionária efetivada em uma grande multinacional, ganhava muito bem para a minha idade e lá cresci muito profissionalmente. Sempre colocando o trabalho em primeiro lugar.

Não posso falar por todas as mulheres da minha geração, nem acho que tenha certo ou errado, mas comigo foi assim.

Minha mãe engravidou do meu irmão quando eu tinha seis meses de idade. Morava em Santos, longe da família dela e sem o apoio do meu pai que trabalhava o dia todo. Nada de faxineira ou empregada, em época de fralda de pano, sem microondas com esterilizador de mamadeiras. Minha avó teve seis filhos, seguidinhos. Ela tinha mais ajuda em casa, mas também né, eram seis filhos.

Se fosse comigo eu tinha pirado bonito. Batido o pé por babás, cozinheira e empregada até aos sábados.
Se fosse comigo.
Não estou dizendo que foi fácil para elas, mas digo que elas iam lá e executavam, sem nhém nhém nhém, por mais cansativo que fosse porque sim, elas foram criadas para isso.

O que me fez parar para pensar nesse assunto foi ver algumas de amigas sofrendo nesse comecinho da vida de mãe, assim como eu sofri quando me vi em casa, com um bebê nos braços e a rotina doméstica para dar conta. Isso sem falar nas amigas que nem pensam na possibilidade de ter um filho.

E então depois de pensar muito e conversar com algumas pessoas descobri que a gente pira porque não fomos criadas, preparadas para isso. Simples assim.
Eu tiro de letra um chefe de mau humor, prazos apertados, clientes chatos demais. Essa sempre foi a minha realidade. Fraldas, mamadeiras, roupas lavadas com sabão especial. Oi?!? Demorei para me acostumar, confesso.
São mundos muito diferentes.

Não acho que o tipo de criação torne as mulheres melhores ou piores no quesito mãe. Mas acho que pode sim influenciar na aceitação da maternidade. O processo pode ser menos doloroso. Porque no começo é, bastante. E a dor é legítima.

Eu, obviamente, acho muito importante a mulher ter sua independência. Talvez porque eu sempre tive e só saiba viver dessa maneira.
Mas hoje eu sei que toda mulher que opta por ser mãe um dia vai esbarrar na rotina da casa, não tem muito jeito.

A boa notícia é que depois de um tempo, sim, porque para mim pelo menos não foi instantâneo, cuidar da família se torna algo muito prazeroso. Sou prova viva disso: workaholic convicta por muuuuitos anos, hoje em dia, apesar de ter uma pessoa que me ajude faço questão de cuidar pessoalmente das coisas da Maria Beatriz. E faço com prazer.
Além disso, estou sem trabalhar desde de o começo de janeiro e eu não pirei!

Se alguém me dissesse que um dia seria assim, eu provavelmente não iria acreditar...
Inda bem que a gente muda.

Como diria meu marido: só os ignorantes não mudam de opinião (não lembramos o nome do autor)
Eu concordo.

segunda-feira, 28 de março de 2011

É bom ter filho, gente! Muuuito bom!

Da mãe: "Filho a gente carrega nove meses na barriga e o resto da vida nas costas."
Do pai: "Gosto das crianças do Japão: estão a 20mil km de distância e quando eu estou acordado elas esão dormindo."
Do filho: Nossa, pai. é isso que você pensa mesmo?"
Da mãe: "Tá vendo como criança é inconveniente? Nem sabe a hora certa de falar. Estamos conversando, fulano. Agora não é hora."

Esse era o papo que rolava em uma das áreas comuns do hotel em que passamos o Carnaval. Giovane e eu nos olhamos totalmente passados com aquela cena. Porque...precisa dizer o porquê? E não era uma piada.

Essa situação é tão absurda que eu estou com esse post parado desde que voltamos e não consigo finalizá-lo. Verdade.

Primeiro a falta de respeito. E nem vamos considerar que são pais e filhos. Pensemos que são pessoas, seres humanos, iguais entre si. Não se trata ninguém assim, não se fala mal das pessoas, muito menos na frente delas como se elas nem existissem (não sou a Madre Teresa, mas me policio demais em relação a esse assunto e chego a ser chata com as pessoas que convivo, porque não acho legal mesmo. Também não gosto de julgar as pessoas, mas dessa vez não teve jeito).
Além de tudo, os pais estão sendo péssimos exemplos de como tratar os outros.

Agora sim: são pais falando dos filhos. Recentemente assisti Cisne Negro e O Discurso do Rei. São dois filmes bem diferentes, mas no final das contas, os protagonistas são adultos atrapalhados por pais que não fizeram seu trabalho direito. Imaginem só os filhos desse casal? Estamos formando pessoas. Dá para culpá-los caso algo dê errado quando forem adultos. Não, não dá....
A gente só descobre o que é ser pai/mãe quando o bebê está ali na sua frente. Aí não tem mais jeito mesmo. Mas se teve o primeiro e achou que deu muito trabalho, não tenha o segundo, por gentileza.

E entrando no mérito da questão: ok, ter filho é trabalhoso. A gente fica cansada, em segundo plano, mais apertada de grana e etc etc etc. Mas pelo amor! Não é para tanto. Nem de longe!
As pessoas tem filhos há não sei quantos mil anos, até por isso estamos aqui. Minha avó teve 6. A cunhada dela, 11. Minha própria mãe já me disse que teria tido mais. Ou seja, não deve ser tão ruim assim, certo?

Aí eu pensei, pensei, pensei e só consigo concluir que as pessoas devem estar muito mais egoístas. Porque ter filho é meio que uma sessão intensiva de desapego. Para as mulheres, começa com o próprio corpo. E para os homens, com a própria mulher. Mas isso todo mundo sabe, então, vamos pensar mais antes de agir?

Tudo isso é uma pena. Porque deixam de aproveitar a parte boa, que não tem preço.
Gerar uma vida dentro de você é muito louco. A gente tem, por alguns meses, dois corações. Dar a vida a uma pessoinha chega a ser divino, coisa de Deus mesmo. Acompanhar suas descobertas, seu desenvolvimento. Suas alegrias e tristezas. Ter herdeiro. Descobrir que ela é birrenta como você. Que é a cara do pai quando está dormindo. Que tem o abraço mais aconchegante do mundo mesmo com bracinhos tão curtos.


Ter filho é bom demais. Boooom demais, gente.
Então, vamos pensar em formar pessoas bacanas, seguras, felizes com o que são? É só amá-los como eles merecem. E eles merecem.
Juro que não dá pra entender...

segunda-feira, 14 de março de 2011

Respirando no saco. A gente muda mesmo!

Eu estava descendo uma rua na Vila Madalena, bem devagar, procurando um estacionamento que deveria estar à minha esquerda. Achei. Olhei pelo retrovisor e vi um carro preto bem longe, dei a seta e entrei. Eu não estava na esquerda (erro meu) mas também não estava na direita.

No que eu virei sentimos, Maria Beatriz e eu, uma pancada forte. Quando eu olho para fora, uma linda e imponete Ecosport. Ferrou! Bati o carro, o que já não é legal, e com a minha filha nele.

Abri o vidro e disse qualquer coisa, afinal, levei um susto. E escutei a dona da Eco que esbravejada de volta enlouquecidamente. Nem me lembro o que ela falava tanto. Nisso umas pessoas se juntaram na minha porta para saber se o bebê estava bem. Sim, ela estava bem, apenas um pouco asustada. A minha primeira reação foi entrar na discussão e gritar de volta. Tipo aquela vontade incontrolável de jogar todos os pratos do armário no chão, típica de uma TPM bem caprichada. Mas olhei para trás, vi os olhos arregalados da minha filha, contei até dez e me recompus.

Então eu disse para a moça, de dentro do carro ainda, que estava com uma criança e que ela tinha se assustado com a batida. Pedi que ela se acalmasse, parasse de gritar e aí sim conversaríamos civilizadamente. Ela não parou, claro. Então repeti calmamente, mas com firmeza, as mesmas palavras de antes. Desci e fui pegar a pequena. A moça veio ao meu encontro e acreditem, ainda sim esbravejando. Eu apenas disse que não iria discutir naquela hora, pedi que ela anotasse meu telefone, minha placa se quisesse e então falaríamos depois.

Aí sim ela foi se acalmando e começou a tentar justificar sua reação histérica, pediu desculpas e ainda me disse que tinha duas filhas pequenas. No que eu respondi que então ela deveria saber se comportar melhor em uma situação dessas.

Enfim, contatos anotados fomos embora. Beatriz e eu tinhamos uma festa pela frente. Mas aí eu é que fiquei nervosa. Minhas pernas tremiam, pedi até para o manobrista do estacionamento guardar meu carro.

A batida, apesar de desagradável, só arranhou um pouco o meu Palinho e pelo que eu me lembre não fez nada na Eco. Fiquei aliviada, poderia ter sido pior.



Nesses poucos minutos eu aprendi que:

.Tenho que prestar um milhão de vezes mais atenção no trânsito, mesmo que a rua esteja tranquila. Agora somos duas no carro. Se eu recebi um aviso desses é porque estava precisando dele!

. Não dá, em hipótese alguma, para transportar crianças sem a cadeirinha apropriada. Sem chance!

.Fiquei muito feliz por ter conseguido me controlar. A Beatriz nem percebeu direito o que se passou, estava tranquila e relaxada. Se eu tivesse ficado histéria ela poderia ter se assustado mais ainda. Exemplo é tudo nessa vida.

.Fiquei pensando que mesmo quem não tem filhos, vale mesmo a pena de irritar tanto? Ok, é terrível bater o carro, desagradável e tal. Mas nessa situação ainda que nadica de nada aconteceu de grave. Olha só quantas rugas a moça ganhou sem necessidade alguma.

.As pessoas são solidárias. Fofas as que vieram saber se a Beatriz estava bem. Uma senhora ficava dizendo, "pelo amor de deus, primeiro veja o que aconteceu e depois se precisar, fiquei brava!" Falou tudo! O manobristra do estacionamento foi muito legal também. Tem gente boa por aí sim.

.E carro a gente conserta, como diria a minha avó, vão-se os anéis, mas ficam os dedos. De noite agradeci muito por todos os arranhões e amassados do meu carro. Ok, eles poderiam não existir. Mas já que existem, mostram que os acidentes foram bem pequenos e que ninguém nunca se machucou.

PS - que fique claro que eu não sou barbeira não! apenas muito azarada... Só pra constar :-)

terça-feira, 8 de março de 2011

Feliz dia da mulher, só pra variar.

Sim, eu sou uma daquelas feministas chatas que torcem o nariz quando alguém deseja feliz dia da mulher.
Sempre fui.

Mas aí eu estava dando uma voltinha pela internet depois de dias totalmente off line e vi um email super carinhoso de um amigo antigo. É um daqueles textos prontos que a gente recebe de tempos em tempos.
Eu li inteiro, mesmo já conhecendo cada palavra e adivinhando a frase que estava por vir.
Quando terminei estava orgulhosa. Orgulhosa de ser mulher.
Entre os inúmeros motivos desse meu orgulho está o principal deles que é poder ser mãe.

E já que o meu Carnaval de Carnaval não teve absolutamente nada, ou seja, está tudo meio confuso esse ano, vamos então comemorar dia 8 de março. Ou o que restou dele.

Feliz dia das mulheres, mulherada!

PS - Esse ano também senti os efeitos do inferno astral e da mudança do horário de verão, que nunca me afetaram. Será a idade? Ui!


Quando Deus fez a mulher já estava em seu sexto dia de trabalho fazendo horas extras. Um anjo apareceu e Lhe disse: "Por que leva tanto tempo nisto?"
E o Senhor respondeu:
"Já viu a minha ficha de especificações para ela?"
Deve ser completamente lavável, mas sem ser de plástico, ter mais de 200 peças móveis e ser capaz de funcionar com uma dieta de qualquer coisa, até sobras, ter um colo que possa acomodar quatro crianças ao mesmo tempo, ter um beijo que possa curar desde um joelho arranhado até um coração partido e fará tudo isto somente com duas mãos."
O anjo se maravilhou com as especificações.
somente duas mãos....Impossível!"
e este é somente o modelo básico?
É muito trabalho para um dia...Espere até amanhã para terminá-la."
Isso não, protestou o Senhor. Estou tão perto de terminar esta criação que é favorita de Meu próprio coração.
Ela se cura sozinha quando está doente e pode trabalhar jornadas de 18 horas" O anjo se aproximou mais e tocou a mulher.
"mas o Senhor a fez tão suave..."
"É suave", disse Deus, mas a fiz também forte. Você não tem idéia do que pode agüentar ou conseguir.
"Será capaz de pensar?" perguntou o anjo.
Deus respondeu:
"Não somente será capaz de pensar mas também de raciocinar e de negociar"
O anjo então notou algo e estendendo a mão tocou a bochecha da mulher.....
Senhor, parece que este modelo tem um vazamento...
Eu Lhe disse que estava colocando muita coisa nela..."
"Isso não é nenhum vazamento... é uma lágrima" corrigindo-o o Senhor.
" Para que serve a lágrima?" perguntou o anjo.
E Deus disse:
"As lágrimas são sua maneira de expressar seu destino, sua pena, seu desengano, seu amor, sua solidão, seu sofrimento, e seu orgulho."
Isto impressionou muito ao anjo "O Senhor é um gênio, pensou em tudo.
A mulher é verdadeiramente maravilhosa"
Sim é!
A mulher tem forças que maravilham aos homens.
Agüentam dificuldades, levam grandes cargas, mas têm felicidade, amor e alegria.
Sorriem quando querem gritar.
Cantam quando querem chorar. choram quando estão felizes e riem quando estão nervosas.
Lutam pelo que crêem.
Enfrentam a injustiça.
Não aceitam "não" como resposta quando elas crêem que há uma solução melhor.
Privam-se para que a sua família possa ter.
Vão ao médico com uma amiga que tem medo de ir.
Amam incondicionalmente.
Choram quando seus filhos triunfam e se alegram quando seus amigos ganham prêmios.
Ficam felizes quando ouvem sobre um nascimento ou um casamento.
Seu coração se parte quando morre uma amiga.
Sofrem com a perda de um ente querido, entretanto são fortes quando pensam que já não há mais forças.
Sabem que um beijo e um abraço podem ajudar a curar um coração partido.
Entretanto, há um defeito na mulher: É que ela se esquece o quanto vale.
Mulheres, isso é para lembrá-las o quanto são maravilhosas.... também aos homens, porque às vezes eles necessitam ser lembrados disto. 
Feliz dia Internacional da Mulher (08/03)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Sobre dormir de conchinha.

Tem uns pensamentos que passam pela minha cabeça não sei bem vindos de onde, mas enfim.
Um deles, bem antigo inclusive, é sobre dormir de conchinha.
Eu sempre quis saber qual o prazer da pessoa que fica do lado de fora, a que abraça.
Porque até então, que eu me lembre, nunca tinha experimentado essa posição.
O que eu sei é que quem é abraçado sente proteção, segurança, aconchego e amor.
Sente que pode confiar, relaxar, fechar os olhos porque tem alguém guardando as suas costas, único lugar que nossos olhos não alcançam. Pois bem, isso não é novidade para mim.

Faz uns dias que as noites aqui em casa estão mais agitadas porque estou tirando a mamadeira da madrugada. Não me lembro bem como nem quando isso aconteceu, mas algum dia, tempos atrás, Maria Beatriz me pediu a primeira mamadeira fora do horário e eu dei, não me lembro porque.
Daí para frente ela não parou mais, claro.

Agora é assim, ela acorda, me pede a mamadeira eu digo que ela já mamou e ela começa a chorar.

O primeiro dia foi o que ela chorou mais e acordou mais vezes.
Quando consegui acalmá-la no meu colo ela estava super acordada, com aquele suspiro de quem está se recuperando de uma crise de choro. Meu coração ficou pequenininho de dó!

Maria Beatriz mais calma, fomos para a caminha dela.
Deitei e ela imediatamente grudou as suas costas em mim e assim ficamos deitadas, juntinhas, dormindo de conchinha.

Enquanto eu fazia carinho nela, e ela em mim, percebi que essa dúvida estava sanada.

Quem abraça dá proteção, segurança, aconchego e amor.
Diz com esse gesto que a pessoa pode confiar e relaxar porque você está zelando por sua tranquilidade.
E a felicidade que invadiu o meu coração por poder dar/dizer tudo isso a minha filha foi imensa.
Nem me importei em estar com as minhas próprias costas descobertas naquele momento, nem me lembrei disso na verdade.
Confesso que me senti a pessoa mais poderosa e mais forte do mundo.
Uma leoa protegendo a cria.
Me senti mãe da minha filha.

Dar é muuuito melhor do que receber.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Bolhas sim. Mas só de sabão.

Eu ia escrever sobre outra coisa hoje, mas o post de ontem da Calu (aqui) me fez lembrar de uma matéria que eu li uma vez e uma coisa levou a outra.
A matéria contava a história de jovens de 18, 19 anos estavam procurando-terapia-desesperadamente por conta própria porque se ligaram que a criação que receberam dos pais não lhes dava a mínima estrutura emocional para viver em sociedade.
Ou seja, foram criados em bolhas e se tornaram bolhas (digo bolhas com o maior carinho do mundo. Sério, carinho de mãe. Porque não deve ser fácil, para nenhum dos envolvidos.)

O que me chamou muito a atenção e me deixou muito, muito chateada foi o sofrimento pelo qual eles estavam passando. Total crise de identidade em uma época em que eles tinham é que estar curtindo a vida adoidado.
Doía de verdade perceber que não sabiam lidar com a autoridade, que não sabiam se socializar sozinhos, lidar com dinheiro, escolher sua cor favorita, administrar suas vidas e por aí vai...
E que a essa altura do campeonato iam ter que fazer curso intensivo para aprender a ser gente grande.

Os entrevistados eram apenas os filhos, mas fiquei imaginando também a situação dos pais. Porque, acredito eu, nada disso acontece de propósito. É que eles são bebezinhos tão indefesos, tão pequenos ainda, vão ter a vida inteira para aprender e de repente...já era.
O tempo voa! VOA!!
E aí não dá para voltar atrás.

Eu não sou a mãe perfeita, erro pra caramba e com muito gosto, porque eu acho que importante errar também.
Mas uma coisa aqui em casa o Giovane e eu prezamos muito, a independência da nossa filha.
Ela já tem personalidade forte, coragem e vai embora sem nem olhar para atrás, isso é dela.
E a gente do lado de cá sempre incentiva.

Nós queremos mesmo é que ela aprenda a se virar sozinha. Simplesmente porque isso vai torná-la mais forte e mais segura para seguir o caminho que ela escolher.
E também porque pai e mãe, infelizmente, não duram para sempre.

Então a gente prefere deixar que ela bata a cabeça (de leve!!) na cadeira quando vai se levantar do chão para aprender que tem que prestar atenção em tudo a sua volta.
Que ela pise no chão quente e frio, sem sapatos, para aprender que existe quente e frio, e que ela pode se machucar.
Que ela leve uns pegas da Flor (também de leve!) para ela entender que não se pode puxar a orelha do cachorro porque dói e ele reage.
E gostamos de deixar bem claro que ela está levando uma bronca, que existe o não. Não vale só ficar distraindo e chamando atenção para outra coisa quando ela está aprontando.
Porque um mundo cor de rosa, além de ser extremamente enjoativo, não existe.

Apesar disso tudo, somos os primeiros a dar muito, muito colo e muitos, muitos beijos e abraços para que ela se sinta querida e amparada quando algo não da certo.
Porque sim, a gente sabe que ela é mini ainda, entende as coisas até certo ponto e precisa muito da gente.
Na verdade, o nosso colo é eterno. Claro.

Mas no geral, tanto quanto é possível para uma criança de 1 anos e sete meses, o mundo em que ela vive tem bandido e tem mocinho. É colorido mas também tem seu lado cinza. Faz muito sol, mas às vezes chove.
É um mundo real.
Os contos de fadas a gente deixa para hora das brincadeiras.

E citando a Calu: "Por isso aqui em casa o lobo ainda devora a vovó e é morto pelo caçador, o boi tem cara preta, atiramos o pau no gato, e tudo mais como era antigamente..."

PS - minha cantiga preferida é o Boi da Cara Preta. Gosto da melodia e desafino menos, ok?

PS2 - que nossos filhos brinquem com bolhas, como as de sabão por exemplo, mas não se tornem uma delas. hahaha ok, frase cafona mas de profundo siginificado.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Se cuidar faz bem!

Eu sempre me maquio antes de sair de casa. Para qualquer lugar que eu vá.
Faz parte do meu ritual diário: banho de manhã e maquiagem.
Só depois dessas etapas cumpridas me sinto mulher e pronta para enfrentar o dia.

Por outro lado, sou meeega alérgica. Mega!
E de uns tempos para cá meus olhos começaram a reclamar da carga diária de rímel e corretivo.
Tive que abandoná-los.
Fiquei chateada, mas enfim, não estava dando certo mesmo.

Aí o tempo foi passando e eu percebi que passei a não tomar mais meu banho de manhã.
Humm.
Aí o cabelo começou a ser preso de qualquer maneira porque não fica limpo se eu não lavo todos os dias.
As havaianas tornaram-se a minha única opção de calçados (ok, o calor ajuda e eu uso havaianas com certa frequência, mas mesmo assim).
Os vestidos foram esquecidos. A bermuda jeans rasgada virou a minha amiga de todos os dias.
Ou seja, eu estou um relaxo!

Tudo bem, não estou trabalhando, meu único compromisso é levar e buscar a Maria Beatriz na escola.
Não preciso ser tão exigente comigo nessa fase mas mesmo assim, essa não sou eu.

Eu me arrumo para o trabalho? Sim.
Me arrumo para o meu marido? Sim.
Me arrumo quando vou a algum evento social? Sim.

Mas primeramente e fundamentalmente me arrumo para me sentir bem comigo mesma.
Porque eu gosto de olhar no espelho todas as manhãs e sentir que eu já comecei o dia me cuidando.
Prestando atenção em mim.

É importante a gente ser vaidosa, na medida certa.
Escolher a roupa com cuidado. Tentar um penteado diferente.
Não é frescurinha de menina não!

É cuidando da gente que conseguimos cuidar do outro.

Meu homeopata (que é totalmente contra maquiagem, obviamente) me disse na minha última consulta que a mulher é o alicerce da casa, a coluna principal. Se ela não estiver bem, o resto todo desmorona.

E não é??

Eu poderia continuar na minha fase relaxo.
Mas poxa vida, eu gosto tanto de me cuidar.
Me sinto mais disposta, mais viva.
E claro que mais bonita.
E muito mais feliz!

Então, em busca da solução do problema fui até a Clinique, famosa por garantir que seus produtos são mais que anti alérgicos, cada um deles é testado 7200 vezes conforme a simpática consultora me informou, incansavelmente.
E não é que deu certo?

Lições aprendidas:
-não dá para deixar de se cuidar. seja qual for o seu ritual, conserve-o.
-nós alérgicas temos que deixar a preguiça de lado e ir em busca do que realmente dá certo. não adianta enganar o nosso organismo.
-geralmente produto bom é um pouco mais caro. não tem jeito... :) mas a gente MAIS que merece!!!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O dia em que eu aprendi a ter um ídolo.

Não tem como ignorar o fato de que o Ronaldo se aposentou. Mãe ou não mãe, gostando ou não de futebol... ele é o tipo do cara que está acima de tudo isso.

E essa notícia mexeu comigo, mais do que eu esperava.
Eu adoro de futebol. Por muitos e muitos anos trabalhei com isso e cheguei a conhecê-lo pessoalmente. Meu marido trabalha com futebol e é fã do Ronaldo (ou seja, aqui em casa o negócio é futebol.)
E o Ronaldo é um dos maiores exemplos de superação da minha geração.
Ele realmente vai além do das quatro linhas.
É um verdadeiro ídolo. Com Í maiúsculo.

Toda essa movimentação me fez parar para pensar como é bom, importante ter ídolo.
Diferente do meu marido que está ansioso, alvoroçado, eu diria quase histérico desde ontem, que hoje cedo comprou todos os jornais para guardar as matérias sobre a aposentadoria do Fenômeno, acho que eu mesma não sabia que tinha um ídolo até hoje. (Sorry, Raí, mas agora eu sou Ronaldo!)

Eu acho que ídolo é alguém que a gente admira, adora. É exemplo de caráter.
É aquele cara de carne e osso que se supera, que vai além, por esforço, porque faz acontecer.
Independente dos obstáculos que encontra pela frente, das críticas negativas, de pessoas do mal, da inveja, da energia ruim, do medo, da solidão, das decepções, da dor.
 
Porque mantém o foco, a humildade, a força de vontade e a disciplina.
Não seguir o exemplo de pessoas com essas características não seria muio inteligente, certo?

O Giovane tem alguns ídolos além do Ronaldo.
Eu confesso que nunca dei muita bola para isso. Até hoje.

Acho que sim, nós pais temos que ser um exemplo dentro de casa, garantir estrutura familiar e blá blá blá.
Mas a partir de hoje também acho que ter um ídolo vale a pena também.

Será que a Maria Beatriz vai ter algum?
Quem será que vai ser?
Divulgação Nike