segunda-feira, 14 de março de 2011

Respirando no saco. A gente muda mesmo!

Eu estava descendo uma rua na Vila Madalena, bem devagar, procurando um estacionamento que deveria estar à minha esquerda. Achei. Olhei pelo retrovisor e vi um carro preto bem longe, dei a seta e entrei. Eu não estava na esquerda (erro meu) mas também não estava na direita.

No que eu virei sentimos, Maria Beatriz e eu, uma pancada forte. Quando eu olho para fora, uma linda e imponete Ecosport. Ferrou! Bati o carro, o que já não é legal, e com a minha filha nele.

Abri o vidro e disse qualquer coisa, afinal, levei um susto. E escutei a dona da Eco que esbravejada de volta enlouquecidamente. Nem me lembro o que ela falava tanto. Nisso umas pessoas se juntaram na minha porta para saber se o bebê estava bem. Sim, ela estava bem, apenas um pouco asustada. A minha primeira reação foi entrar na discussão e gritar de volta. Tipo aquela vontade incontrolável de jogar todos os pratos do armário no chão, típica de uma TPM bem caprichada. Mas olhei para trás, vi os olhos arregalados da minha filha, contei até dez e me recompus.

Então eu disse para a moça, de dentro do carro ainda, que estava com uma criança e que ela tinha se assustado com a batida. Pedi que ela se acalmasse, parasse de gritar e aí sim conversaríamos civilizadamente. Ela não parou, claro. Então repeti calmamente, mas com firmeza, as mesmas palavras de antes. Desci e fui pegar a pequena. A moça veio ao meu encontro e acreditem, ainda sim esbravejando. Eu apenas disse que não iria discutir naquela hora, pedi que ela anotasse meu telefone, minha placa se quisesse e então falaríamos depois.

Aí sim ela foi se acalmando e começou a tentar justificar sua reação histérica, pediu desculpas e ainda me disse que tinha duas filhas pequenas. No que eu respondi que então ela deveria saber se comportar melhor em uma situação dessas.

Enfim, contatos anotados fomos embora. Beatriz e eu tinhamos uma festa pela frente. Mas aí eu é que fiquei nervosa. Minhas pernas tremiam, pedi até para o manobrista do estacionamento guardar meu carro.

A batida, apesar de desagradável, só arranhou um pouco o meu Palinho e pelo que eu me lembre não fez nada na Eco. Fiquei aliviada, poderia ter sido pior.



Nesses poucos minutos eu aprendi que:

.Tenho que prestar um milhão de vezes mais atenção no trânsito, mesmo que a rua esteja tranquila. Agora somos duas no carro. Se eu recebi um aviso desses é porque estava precisando dele!

. Não dá, em hipótese alguma, para transportar crianças sem a cadeirinha apropriada. Sem chance!

.Fiquei muito feliz por ter conseguido me controlar. A Beatriz nem percebeu direito o que se passou, estava tranquila e relaxada. Se eu tivesse ficado histéria ela poderia ter se assustado mais ainda. Exemplo é tudo nessa vida.

.Fiquei pensando que mesmo quem não tem filhos, vale mesmo a pena de irritar tanto? Ok, é terrível bater o carro, desagradável e tal. Mas nessa situação ainda que nadica de nada aconteceu de grave. Olha só quantas rugas a moça ganhou sem necessidade alguma.

.As pessoas são solidárias. Fofas as que vieram saber se a Beatriz estava bem. Uma senhora ficava dizendo, "pelo amor de deus, primeiro veja o que aconteceu e depois se precisar, fiquei brava!" Falou tudo! O manobristra do estacionamento foi muito legal também. Tem gente boa por aí sim.

.E carro a gente conserta, como diria a minha avó, vão-se os anéis, mas ficam os dedos. De noite agradeci muito por todos os arranhões e amassados do meu carro. Ok, eles poderiam não existir. Mas já que existem, mostram que os acidentes foram bem pequenos e que ninguém nunca se machucou.

PS - que fique claro que eu não sou barbeira não! apenas muito azarada... Só pra constar :-)

Um comentário:

  1. Poxa, que susto! Imagino teu desespero na hora, ora tua filha estava com vc, e não podemos advinhar a reação dos outros né!!
    Mas não ouve nada grave, e as duas estão bem!

    um bjo e vim conhecer teu cantinho.

    ResponderExcluir

Deixe seu recadinho aqui. Sua opinião é muito importante sempre!