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quarta-feira, 2 de março de 2011

Um G.O. pra chamar de seu.

Eu nunca me preparei para ficar grávida e ser mãe. Acho que por isso nunca parei em ginecologista nenhum. Aí deu positivo e eu tinha ido uma única vez em uma médica que ficava perto da agência em que eu trabalhava.
E eu tinha gostado dela. Achei ela super competente, sabia do que estava falando e era coerente nas suas colocações. Era prática, rápida, nada de nhém nhém nhém. A consulta durava menos de cinco minutos, de verdade. E era exatamente disso que eu precisava.

Mas o tempo foi passando, a barriga crescendo, a ficha caindo e eu fiquei com vontade de um pouco de colo médico. Marquei uma consulta para bater um papo, tirar algumas dúvidas e quando comecei a me abrir o que eu ouvi em troca foi que deveria me inscrever no cursinho de grávidos do hospital. Porque as minhas perguntas eram "desse nível". Não, não mandei ela ir à m*&^%^. Coloquei o rabinho entre as pernas e mergulhei nos livros, sites e blogs. Não sei porque, tava grávida ora bolas, banana mesmo.


E desde aquele momento, uma coisinha dentro de mim me dizia que ela não faria meu parto. Ou era a minha vontade se manifestando? O que aconteceu é que ela não fez mesmo. Estava em férias, passeando pela Itália.

O meu parto foi com emoção. E não sei de verdade se seria diferente se ela estivesse presente, acompanhando o processo. Nas consultas, quando mencionava que queria parto normal a qualquer custo ela suspirava (ou bufava de forma mais discreta?) e dizia que isso só depende da mãe mesmo. Humm. Tenho minhas dúvidas a respeito disso.

Ela não é uma pessoa do mal. Em alguns momentos até tentava ser um pouco menos fria, mas não era da sua natureza. Talvez para algumas mulheres esse seja o ideal de médico (foi para mim durante um tempo). E realmente haviam muuuuuitas fotos na sala de exames de bebezinhos que vieram ao mundo pelas suas mãos.

Mas a verdade é depois da consulta do pós parto nunca mais voltei lá e não pretendo fazê-lo. Fiquei imaginando que se eu dissesse que tinha tido depressão pós parto ela ia brigar comigo do tipo: "Engole o choro, menina! Mas, Doutora.... Pára de frescura!".  Não, obrigada.  Já basta que eu me trate dessa maneira.

E desde então estou em busca de um G.O. para chamar de meu. Não sei bem ao certo se vamos ter outro filho, acho que sim, mais para frente quem sabe. Mas o fato é que se isso acontecer as coisas vão ter que ser bem diferentes do que foram na primeira vez.

Peguei muitos telefones e conversei com muita gente durante todo esse tempo até que a minha cunhada me chamou atenção para um link no perfil do Facebook de uma amiga minha de colégio, a Fê Miura, falando sobre a Casa Moara. Entrei, li o primeiro relato de uma mãe que tinha tido cesárea com emoção e que depois conseguiu ter um parto normal bacana. Me identifiquei na hora e imediatamente marquei uma consulta com a Dra Andrea Campos.

A Casa é linda. O consultório parece uma sala de estar. A gente não é examinada naquelas macas com aqueles apoiadores de perna, não tem que colocar avental (já fiz muito isso e tudo o que me lembra hospital eu não gosto). Ambiente muito tranquilo, natural, pessoal. Lá eu me senti gente. Falei até não poder mais e a Dra Andrea me escutou com a maior paciência do mundo. Como se não tivesse mais nada para fazer no resto do dia.

Ela me disse que mesmo com cálculo renal eu poderia ter evitado a cesárea. E que o fato de eu ter chegado a 6cm de dilatação (informação que eu só tive dias depois de parir, diga-se de passagem) é um ótimo sinal para uma possível segunda gravidez ser de parto normal.

Era disso que eu precisava desde o começo. Alguém que prestasse atenção em mim de verdade, defendesse minhas vontades, meus direitos e que fosse totalmente sincero comigo enquanto eu estivesse curtindo as dores do parto. Nada contra quem marca cesárea. As pessoas são diferentes e acho que a gente tem que ir atrás do que vai nos fazer ficar bem. Mas eu não faço outra de jeito nenhum!

Minha ficha demorou para cair. Mas enfim, antes tarde do que nunca.
E sabem que vendo umas fotos lindas de parto na água eu até pensei: porque não?

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Mãe blogueira sim senhor! E com muito orgulho!

Acho que quem não faz parte dessa legião que se formou de mães blogueiras ou quem não é próximo a uma delas não ficou sabendo do assunto extremamente desagradável descrito nesse post (aqui).

Eu fiquei chateada na época, quis escrever mas não saiu. Vai ver não era o momento.
Agora que estou total in love com meu novo filho me deu vontade de dar minha opinião.

Porque poxa, transformaram uma coisa tão bacana, que toda mãe cuida com tanto carinho, em um bicho papão.
Quem tem blog se dedica, fica pensando sempre no próximo post.
Apesar do dia a dia corrido sempre acha um tempinho para escrever.
Tempinho esse que na maioria das vezes é o tempo de descanso. Pausa para colocar os pés pra cima, descansar o corpo e a mente.
E aí chega alguém e esculhamba tudo?
Não quero pensar que tenha sido de maldade. Mas pelo amor! Vamos prestar mais atenção nas próximas vezes?

Até hoje, de tudo o que li, nunca, em nenhum sentido percebi alguma mãe expondo de forma não bacana seu filho.
E em tempos de facebook e orkut, não seria necessário blog para expor ninguém.
Aliás, essa palavra expor é péssima!

Quando a Lê (maedomeninotommy.blogspot.com) me sugeriu de termos um blog juntas(maedemeninoemaedemenina que já não existe mais) a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi: estou disposta a me abrir tanto assim? E eu estava.
Sim, porque eu escrevo sobre o dia a dia da Maria Beatriz, se ela não existisse talvez eu nunca tivesse um blog, mas no final das contas quem dá a cara para bater é a mamãe aqui.

Quando comentei com a minha terapeuta ela deu pulos de alegria. Porque além de um diário on line, o blog serve também para a gente exorcizar nossos fantasmas. E vou falar que faz um bem danado.

O que eu posso dizer é que para a minha minha filha, se ela tiver paciência para ler todos os posts, o meu blog é um super diário que conta como éramos, eu e ela, na sua época de bebê/ criança. Ela pode quem sabe dar umas risadas, se emocionar, aprender alguma coisa, tirar sarro da minha cara. Ou não.

Para mim, o blog é tudo isso: me ligou a várias pessoas queridas que talvez eu nunca conhecesse por meios tradicionais, me fez reencontrar tantas outras, me ajuda sim no meu dia a dia de mãe porque rola uma super troca de experiências, me faz rir, me faz chorar. E sei o que eu escrevo toca as pessoas de alguma maneira porque recebo desde sempre muitas mensagens carinhosas.

Eu sempre disse que todo mundo deveria fazer terapia. Agora eu acrescento: as pessoas seriam mais felizes com terapia e com um blog para chamar de seu.

Além do que, não reclamam taaaanto que mulher quer sempre falar, falar, falar? Então! Ninguém deveria condenar as mães blogueiras. Porque agora a gente escreve, escreve, escreve. Sem atormentar ninguém. É super democrático, só lê quem quer.

Se tiver faltando idéias para novas pautas, queridos colegas de profissão, vale se inspirar nos blogs. Tem textos lindos. Dignos de primeira página de jornal.
Numa boooa! :)