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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Vinha mesmo do coração

Eu me lembro de um dia a Lê, ex-colega de trabalho e hoje amiga, pedir para a nossa ex-chefa para sair mais cedo e ir buscar o filho na escola.
Isso porque o Tommy sempre volta de carona com as tias dela, mas ele tinha dado uma reclamada básica sobre isso, daquelas que deixam a gente se sentindo a pior da mães.

Na escola dos pequenos é assim: quando é hora de ir para a casa, a secretária anuncia no microfone o nome da criança. Nome e sobrenome.
Eu me lembro da Lê dizer que ele queria ouvir Tommy Battistel.                

Para a gente pode parecer besteira, é final de dia, estamos cansados.
Mas para eles que passaram o dia todo na escola, estão loucos de saudades dos pais e de casa, é um momento muito muito importante.
Para falar a verdade, só me dei conta realmente desta importância há pouquíssimo tempo.

A Maria Beatriz estava muuuuito manhosa esses dias. Mamãezinha pra cá e pra lá.
Fui buscá-la na escola na terça e as meninas me disseram que ela ficou chorona, querendo colo e perguntando por mim o dia todo.
Chegando em casa ela grudou que nem carrapato. Encolhida mesmo, posição fetal, quase que querendo entrar de novo na minha barriga.
De madrugada ela acordou e me chamou.
O Giovane foi atendê-la e ela chorou tanto, tanto, tanto que chegou a vomitar.

Na manhã seguinte acordou só às nove e meia, ainda manhosa e não querendo ir para a escola.
Mesmo assim fiz a mala, a lancheira e saímos.
Quando chegamos, ela começou a fazer bico de choro, disse que não queria entrar.
Justo ela que às vezes nos pede para ir ao colégio em pleno final de semana.

Enfim, a gente sabe quando é pura birra e quando a reclamação vem do coração.
Este choro vinha do coração e decidi deixá-la comigo.
Estou trabalhando de casa essa semana, conjuntivite.

E o dia todo foi assim: eu trabalhando e ela grudadinha.
Brincou grudadinha, comeu grudadinha, dormiu grudadinha comigo.

Quando sai para terapia no final do dia mais um escândalo, achei que ela fosse vomitar de novo.
Olhei bem nos olhos dela e disse que tinha que sair mas que voltaria para buscá-la. E fui.

Cheguei na terapia arrasada. Contei tudo e ficamos tentando descobrir o porquê de tanta insegurança.
A terapia vale pela família toda!

E na verdade, tivemos tempos turbulentos:
O Giovane e eu viajamos recentemente e muito perto um do outro.
Falamos que vamos mudar de casa (o que pode ser bem confuso e muito subjetivo para uma criança de dois anos, mas enfim, foi com a melhor das intenções)
Ela está tirando a fralda e está gripada.


Não que eu ache pouca coisa, mas ainda assim não estava convencida.
Pensei, pensei, pensei e meu de um click!

Por duas vezes quase que seguidas nos enrolamos no trabalho e no trânsito fomos buscá-la às sete e meia da noite. Ela sai todos os dias às sete.

E fiquei imaginando ela na escola, cansada depois de um longo dia de atividades, vendo todos os amigos serem chamos no microfone, nome e sobrenome, e nada de Maria Beatriz.
As tias indo embora, as luzes das salas e do parquinho sendo apagadas…
Aí ela se vê com a diretora, que por mais que seja um amor de pessoa, já está com a bolsa debaixo do braço.
As duas sozinhas, num silêncio não comum para um ambiente escolar, e a minha filha sem saber direito a que horas iam buscá-la. Ou se iam buscá-la.

Foi duro.

No dia seguinte cedo, olhei bem nos olhos dela e disse que sabia que ela estava chateada por causa disso.
O olhar dela para mim, profundo e sincero, me disse tudo: era isso mesmo que a tinha deixado tão insegura.

No mesmo instante prometi que não iria mais acontecer.
Que ela poderia ir para escola e ficar tranquila.
E ela podia confiar que o papai e a mamãe não iam mais deixá-la na escola tanto tempo depois do horário.

Foi duro.
E vinha mesmo do coração.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Lições de um domingo qualquer

Aqui no trabalho a gente lida bastante com pesquisa – de mercado, de comportamento de consumidor, sobre eventos internos.
Toda pesquisa tem seus “findings” – termo ainda meio novo para mim.
E os findings nada mais são que as conclusões.
São as resposta para: Ok, depois de tanto número, tanto blá blá blá…o que importa é que??

Eu como mãe de primeira viagem, e pessoa apaixonada por gente, estou sempre observando, pesquisando.

Final de semana passado fomos a festa de aniversário de uma amiga da escola da Maria Beatriz, a Giulia.
Foi nossa primeira vez. E é bem novo ir a uma festa cuja convidada é sua filha de 2 anos.
Festa em que você conhece somente alguns adultos, e mesmo assim só de vista, ou de conversas rápidas e superficiais.
Na verdade, conhecia bem as crianças.

E aí, passada a estreia, tenho eu os meus “findings” sobre o tal evento:

.Pode ser divertido, fomos muito bem recebidos. Criança tem esse poder, a gente sempre arruma assunto com os outros pais. E esta troca de experiências e impressões não tem preço;

.A Maria Beatriz é realmente uma criança medrosa. Ficou com medo do teatro de fantoches e da danceteria –escuro e com música alta,e dos palhaços-enfeite da mesa do bolo. Defintivamente festa em buffet para ela comemorar o aniversário só daqui uns bons anos. Nosso bolso agradece;

.Cada criança tem o seu tempo – ouvi de muitos pais que os filhos demoraram para se habituar ao novo espaço e ao fato dos amigos da escola estarem fora da escola. Pode ser realmente bem confuso para eles. E não adianta forçar porque a gente quer que eles aproveitem. Eles se soltam aos poucos. E se quiserem ficar no colo apenas olhando os outros brincarem, tudo bem. Cada um no seu ritmo, fazendo o que lhe dá prazer;

.De todas as meninas presentes, apenas duas estavam de vestido. Ok, é fofo e tal. Mas nada prático quando se fala de piscina de bolinhas, pula pula, escorregadores e correria… e festa é feita para aproveitar;

.Criança pode ser surpreendente: descobrimos que o Léo, um amigo da Bê, é apaixonado pela Grande Família. Ganhou o DVD com os melhores episódios de Páscoa. Sabe e repete o nome de todos os personagens – do Lineu ao Beiçola. E imita a Neném com dor nas costas como ninguém;

.As mães ainda ficam no tira-põe-tira sapato das crianças que adoram piscina de bolinha. Aí eu confesso que me senti a mãe mais esperta do mundo porque levei aqueles sapatinhos de meia com sola de borracha. Problema resolvido!

.Foi importante ter ido. É a vida social da nossa pequena. Ela até hoje fala que foi na festa da Giulia, toda feliz da vida. Então, por mais que possa dar preguiça, receio de ir a uma festa onde a gente não conhece ninguém, vale o esforço. Em um primeiro momento, pode ser um programa secundário para os pais, mas é de extrema importância pros filhos, então deveria ser levado a sério.


Que venham os próximos!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Minha pequena grande filha

Pensei, pensei e desde a última vez que eu escrevi o assunto mais importante e recente lá em casa é o abandono das fraldas.

Desde de muito tempo a Maria Beatriz se mostra pronta. Pede para fazer xixi na privada, faz xixi no penico na escola.
Mas decidimos esperar ela fazer 2 anos, idade em que a criança está biologicamente pronta para este passo importante.

Umas semanas depois do aniversário da Maria Beatriz, em um sábado de manhã, chamei ela no quarto, me agachei para conversamos de igual para igual e expliquei que a partir daquele momento ela só iria usar fraldas para dormir – de tarde e de noite.
E que durante o dia ela ia usar calcinha, que nem a mamãe, porque ela já era uma menininha e não mais um bebê.
Perguntei se ela tinha entendido tudo e ela fez que sim com a cabeça.
E eu completei dizendo que ia tirar a fralda dela naquele momento e colocar uma calcinha.
E disse que se o xixi viesse, ela tinha que dizer pra ele esperar e me chamar para irmos ao banheiro.
Ela adorou a novidade, dava pra ver a satisfação dela por ser tratada como menina.
Escolheu uma calcinha amarela para sua estreia e foi correndo na sala contar a novidade para o Giovane.
Meus olhos encheram de lágrima.

O primeiro dia foi corrido, fomos ao teatro, cabelereiro…tivemos alguns acidentes. Mas acho que normais.
E eu, que andava feliz da vida porque já tinha uma filha grandinha que não precisava de uma mudança a cada almoço fora de casa, me vi as voltas com uma bolsa cheia de calcinhas e calças extras.

Na escola foi mais tranquilo desde o começo.
Um bando de mini pessoas indo ao banheiro juntinhas, deve ser tão divertido e interessante que os acidentes são menos frequentes.
E eles são realmente solidários.
Um dia eu fui buscá-la e para convencê-la a fazer xixi antes de virmos para casa pedi que ela me mostrasse onde era o banheiro.
Ela foi, toda exibida e dona do pedaço.
Tirou a calça, sentou no penico e fez seu xixi, tranquilamente, observada com uma plateia considerável.

A novidade passou, Maria Beatriz se cansou, com toda razão, das pessoas perguntando de 5 em 5 minutos se ela queria ir ao banheiro.
Ou inventando brincadeiras e historinhas para atraí-la ao penico.
E os acidentes ficaram mais frequentes.
Sofá, cadeirinha do carro, sapatos (meus e dela), garagem do prédio, chão do cabelereiro, do supermercado, cama (nossa, dela e da Flor)…

Eu procuro sempre me manter controlada, é cansativo. Teve dias em que eu troquei ela umas 10 vezes. Sem exagero algum.
Mas semana passada eu não aguentei.

Chegamos em casa e eu fui ao banheiro. Perguntei se ela queria ir e ela disse que não.
Eu procuro respeitar os nãos dela, porque ela tem realmente que aprender a identificar o xixi chegando.
Mas quando voltei para a sala e a vi paralisada, olhando pros pés…conheço esta cena.
Eu não verbalizei nada, mas disse: PQP! Eu não acabei de te perguntar se você queria ir ao banheiro?

A resposta dela veio em forma de bico e birra, não queria tirar a calça molhada de xixi.
Eu insisti uma, duas, três vezes. Desisti e fui lavar louça.

Minutos depois sinto alguém agarrando a minha perna.
Quando olhei para baixo me deu um clique. Claro que ela tinha ficado chateada, envergonhada por causa da minha reação.
Me agachei – quem tem criança sabe o quanto isso é importante – olhei nos olhos dela e disse que não estava brava por causa do xixi na sala, porque eu sei que ela está aprendendo e às vezes escapa, mas estava chateada porque ela não queria trocar de roupa.
Ela mudou de assunto e me pediu Danoninho. Mas eu disse que só depois de colocarmos uma roupa limpa.
E foi o que fizemos.

Toda ação tem uma reação, certo? Certo.
Maria Beatriz fez TODOS os xixis seguintes na roupa. Foram 6 calcinhas até a hora de colocar o pijama.
Ela é a cara do Giovane, mas por dentro ela é inteirinha Ana Maria.
E como eu me conheço, sei que ela estava me testando.
Checando se a nossa conversa tinha realmente fundamento.

Eu enfiei o rabo entre as pernas e limpei todos os SEIS xixis, quietinha, dizendo que tudo bem, que ela estava aprendendo.
Mas que tinha que prestra mais atenção e lembrar de chamar a mamãe assim que tivesse vontade de fazer xixi.
A cara dela pra mim era meio que Aham Claudia, senta lá. Hoje não vai ser assim.

Sim, ela só tem dois anos, um mês e quinze dias.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

OI!?!?!?!?!?!

Filha - “Mamãe, a mota ta mido”

Mãe – “A Tia Amanda, filha?”

Filha - “Nããão mamãe, a môta ta mido. Cóooda môta”

Mãe – “Ai filha, tira a chupeta para falar se não a mamãe não entende.” (tática desenvolvida por mim para ganhar tempo e buscar os sinônimos entre as duas línguas: português e o beatrizes. Geralmente dá certo)

Filha - “Mamãe, a mota ta mido.”

Mãe – “AAhhhh. A moça está dormindo?”

Filha – “Ééééééé, mamãe. Códa mota.”

Mãe – “Acorda, moça.”

Esses momentos em que a Maria Beatriz fala e eu não entendo são bem raros hoje em dia.  Mas ainda sim acontecem.
A verdade é que quando ela começou a falar, do jeitinho dela, Giovane e eu decoramos as palavras do dialeto que ela inventou.

A gente sabe que tête é verde, paoteto é pão de queijo, pita é pizza, véia é a Vera (que trabalha lá em casa), tauião é tchau, avião, lula é lua e por assim vai…
E sempre que ela pronuncia uma palavra nova, a gente decora pra não dar fora depois. Porque sim, a gente já deu muito fora.

E a Maria Beatriz se esforça, às vezes fala sílaba por sílaba, pau-sa-da-men-te. Sem resultado.
Quando eu desisto, solto um conformado: é, filha?
Se faz sentido ela me responde satisfeita: é, mamãe.
Se não faz ela fica me olhando com cara de interrogação do tipo: OI?!?!?!?!
Eu faço a louca e mudo de assunto.

No final das contas, o Giovane eu nos divertimos muito.
Hoje cedo , por exemplo, eu ri sozinha.

Conheço todos os amiguinhos dela da escola porque ela fala bastante neles.
A melhor amiga é a Juju Castro (acho tão fofo quando as crianças se chamam por nome e sobrenome).
E a Juju Castro é chamada assim porque existe outra Juju, a Bello.
Sempre que falamos nos amiguinhos e chegamos nas Jujus e eu digo Juju Bello, a Beatriz me corrige.
Aquele papo de falar pau-sa-da-men-te.
“Mamãe, é Juju Be-llo”
Ela fez isso umas três vezes e depois desisitiu.
Eu achei meio estranho no começo, mas como ela parou de me corrigir me dei por satisfeita.

Hoje cedo quando chegamos na escola, a secretária disse para a Beatriz: “Vamos, Bê. A Juju Castro já chegou”
Aí eu me lembrei dessa história e fui confirmar o sobrenome da outra Juju.
E finalmente entendi a aflição da minha filha.
O sobrenome é Ribeiro. Ri-bei-ro!!!!!!
Ri muito. Muito mesmo.

Estou há pelo menos um mês chamando a menina de Juju Bello (sim, na minha cabeça tinha dois l e tudo).
Finalmente deu pra entender a cara de OI?!?!?! da minha filha.
Ô se deu…

terça-feira, 31 de maio de 2011

Eu e minhas bolsas

Ando bem saudosa do meu bloguinho. Mas também sem tempo/ ânimo para ele.
Até que uma amiga láááá de Londres me disse que estava com saudades e resolvi que tenho que voltar a ter o hábito de escrever.
Porque eu gosto e me faz bem.

Criei coragem e aqui estou eu. Meio sem assunto, confesso. Porque ter assunto também é um hábito.

A Maria Beatriz já cresceu tanto nesse meu tempo de abstinência que seria loucura tentar resumir toda as suas conquistas em linhas.
Ela é já uma menina, como ela mesmo diz. Já tem seu lugar no mundo como um ser pensante. E sim, parece que ela saiu da minha barriga ainda ontem.

Mas voltando a este post, a verdade é que pensei um pouco e esse meu tempo off acabou virando o assunto.

Voltei a trabalhar – fora – no final de abril. Depois de 3 meses de sabático foi uma bela mudança e acho que passei, ou passamos todos lá em casa, por um período de adaptação.
Afinal, isso é o que a gente mais faz na vida – se adapta.

Eu estou muito feliz, achei um emprego bacana, com pessoas legais, faço o que eu gosto. Era o que eu queria.
Mas a sensação que eu tive quando voltei a ter hora para sair de casa foi a de que eu estava trocando de bolsa. Uma grande e espaçosa por uma bem pequena, tipo de festa.
E tive que fazer umas manobras para fazer caber todas as minhas coisas nessa nova pequena bolsa. E não foi de primeira que eu consegui fechá-la não.

Nas primeiras semanas me atrapalhei com as compras do super, que eu costumava fazer de tarde.
A minha neurose com horário me fez perder o humor com o marido e filha muitas e muitas manhãs. E com o trânsito no final do dia.
Vou falar que até escolher roupa era confuso. Veja bem, tinha dias em que eu ficava de havaianas e moletom, essa realmente não era a maior das minhas preocupações.
A disponibilidade para imprevistos eu também não tinha mais. Maria Beatriz ficou em casa uma semana com estomatite, tivemos que fazer um revezamento entre minha mãe, meu marido e eu. Sim, ainda bem que isso é possível.

Não estou reclamando não. E nem acho que essas mudanças sejam ruins. Eu sou um ser que trabalha fora, isso é indiscutível e eu gosto da minha vida assim.
Mas mudanças são mudanças e a gente tem um tempo de adaptação à elas.
Cada um tem o seu e acho que o meu durou até agora.

A parte boa é a que a gente sobrevive.

Nesses tempos atuais o café e o sabão de lavar roupa não acabam mais no meio da semana. Eu sei que tenho que resolver isso antes de segunda-feira.
Já temos o esquema montado para sair de casa no horário sem estress.
As peças de roupa se jogam do armário, já combinadas entre si.
E os imprevistos, bem quanto a eles, a gente tem que saber se adaptar, sempre.
Essa parte não tem muito jeito não…
Ainda bem que existem vários tamanhos de bolsa.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Muito prazer, meu nome é rotina.

Quando eu estava de licença maternidade virei compradora assídua de coisas pela internet. Comprei de tudo, livros, mala e até uma daquelas vassourinhas elétricas. Freud com certeza deve ter uma boa explicação para isso.
Entre as aquisições estava um livro que se chama A encantadora de bebês. Estilo Supernanny.
Quem não é mãe não deve conhecer, entre as minhas colegas há quem ame e quem odeie.
Eu amei.

Tem umas coisas malucas, como em todo livro que dá dicas sobre maternidade. Mas daí a gente tem que aprender aproveitar o que se encaixa na nossa vida e o resto vai para o lixo mesmo.

O que mais me ajudou foi a colocar ordem na casa, literalmente falando. Só então eu me dei conta do quanto importante é a rotina na vida dos pequenos. E consequentemente, na nossa também.

A vida da Maria Beatriz desde então é bem regrada, principalmente nos dias de semana. Ela tem horário para comer, para tirar soneca, para tomar banho e para dormir a noite. E ela gosta porque sabe o que está por vir, fica mais segura.

O comecinho é difícil para os pais, né? Muda a rotina da casa, demora um tempo para que tudo entre nos eixos... Agora imagine para um serzinho que não era nada até dias atrás. Que morava dentro de uma bolsa de água onde a comida chegava de alguma maneira e ele sempre estava quentinho e protegido.

Aí de uma hora para outra a mamata acaba. E o serzinho tem que aprender a respirar fora da água, a enxergar, os órgãos todos tem que aprender a funcionar em sintonia, tem uma galera envolta dele que ele talvez se lembre da voz, ninguém entende o que ele quer, o lugar é novo, os cheiros são novos e ele nunca sabe o que vem em seguida...fácil não deve ser.

E é aí que entra a rotina. Acredito que facilita muito a vida da mini pessoa saber o que vai acontecer em seguida.
"Agora já sei, nessa hora do dia aquela moça simpática tira a minha roupa, em seguida vou para água, vão mexer bastante em mim, aí me secam, me vestem e aquela moça me alimenta. Tudo tranquilo. Posso relaxar."

Aqui em casa esse negócio deu tão certo que a Bê desenvolveu a sua própria rotina. Quando ela chega da escola dá um tempinho na sala, aí pede a mamadeira e vai para a nossa cama. Me chama, pede que eu deite do lado dela e ficamos assisindo tevê de mãos dadas. Nos intervalos ela me namora. Me enche de beijos, abraços, diz mamãe com os olhos mais brilhantes do mundo. E todo dia é assim.

E adoro que ela faça o que a deixe feliz. Acho que assim ela fica mais segura: mamãe trabalha o dia todo, eu fico na escolinha, mas quando chega a noite vamos para casa e aí é o nosso momento.

E esse momento não tem preço.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Lar Doce Lar

Esse final de semana fomos para Americana, cidade onde o Giovane nasceu e onde mora toda a sua família. Lá tem chácara com piscina, caixa de areia com balanço e muuuito espaço para a nossa Bê brincar. Ela adora, claro! Tudo é novo. E eu acho muito bacana ela ter um cantinho para sujar o pé na terra de vez enquando.

É muita diversão e claro, muito cansaço. Ela é tão independente, tão segura das coisas que a gente esquece às vezes que ela ainda é pequena e tem pernocas curtas demais. Ao final do dia ela está cheia de felicidade e novas experiências para processar, mas exausta.

Junte isso ao fato de termos tido as quatro estações do ano em apenas um dia. De manhã ela estava na piscina, e de noite, cheia de casaco por causa do vento. O resultado disso é um belo resfriado.

Já no comecinho da noite ela estava fanha, com o nariz escorrendo e chorando muito. Naquela situação que nada agrada. Misto de muito cansaço e mal estar. Demos um xarope e ela ficou chumbada até o meio da madrugada. Mas aí o efeito passou e o sono foi bem agitado até de manhã.

Ela acordou disposta, mas super congestionada. O tempo foi passando e a paciência dela diminuindo. Se a gente fica irritada com sono atrasado, nariz escorrengo e uma tosse que não dá sossego imagina uma criança. Enfim, decidimos mudar de planos e vir logo para casa para que a nossa filhota descansasse. Nessas horas, a gente que é pai e mãe tem que saber ler os sinais que os nossos filhos nos dão, respeitá-los e perceber que é hora de recolher o acampamento.

A segurança de casa + inalação + gotinhas homeopáticas que reequilibram + colinho de pai e mãe = rápida recuperação. O ânimo dela logo mudou. A tosse cedeu e ela conseguiu descansar, foram quase quatro horas seguidas de sono. Acordou revigorada! Dormiu a noite toda e hoje está em casa comigo somente por precaução, porque ela está ótima.

Depois que a gente vira mãe aprende logo que com criança é assim: nem sempre o que a gente programa dá para cumprir. Principalmente quando os pequenos estão dodóis e precisam de descanso. Por eles serem sempre ligados no 220, a gente é que tem que saber a hora de desacelerar. Porque eles acham que tem energia ilimitada, mas isso nao é verdade. E quando o corpo reclama é sinal de que é hora de parar e recarregar as baterias.

Meu coração de mãe fica cheio de orgulho por termos não somente uma casa, mas um lar. Um lugar nosso, onde a nossa pequena se sente bem, segura e feliz.

Nosso Lar, Doce Lar.

segunda-feira, 28 de março de 2011

É bom ter filho, gente! Muuuito bom!

Da mãe: "Filho a gente carrega nove meses na barriga e o resto da vida nas costas."
Do pai: "Gosto das crianças do Japão: estão a 20mil km de distância e quando eu estou acordado elas esão dormindo."
Do filho: Nossa, pai. é isso que você pensa mesmo?"
Da mãe: "Tá vendo como criança é inconveniente? Nem sabe a hora certa de falar. Estamos conversando, fulano. Agora não é hora."

Esse era o papo que rolava em uma das áreas comuns do hotel em que passamos o Carnaval. Giovane e eu nos olhamos totalmente passados com aquela cena. Porque...precisa dizer o porquê? E não era uma piada.

Essa situação é tão absurda que eu estou com esse post parado desde que voltamos e não consigo finalizá-lo. Verdade.

Primeiro a falta de respeito. E nem vamos considerar que são pais e filhos. Pensemos que são pessoas, seres humanos, iguais entre si. Não se trata ninguém assim, não se fala mal das pessoas, muito menos na frente delas como se elas nem existissem (não sou a Madre Teresa, mas me policio demais em relação a esse assunto e chego a ser chata com as pessoas que convivo, porque não acho legal mesmo. Também não gosto de julgar as pessoas, mas dessa vez não teve jeito).
Além de tudo, os pais estão sendo péssimos exemplos de como tratar os outros.

Agora sim: são pais falando dos filhos. Recentemente assisti Cisne Negro e O Discurso do Rei. São dois filmes bem diferentes, mas no final das contas, os protagonistas são adultos atrapalhados por pais que não fizeram seu trabalho direito. Imaginem só os filhos desse casal? Estamos formando pessoas. Dá para culpá-los caso algo dê errado quando forem adultos. Não, não dá....
A gente só descobre o que é ser pai/mãe quando o bebê está ali na sua frente. Aí não tem mais jeito mesmo. Mas se teve o primeiro e achou que deu muito trabalho, não tenha o segundo, por gentileza.

E entrando no mérito da questão: ok, ter filho é trabalhoso. A gente fica cansada, em segundo plano, mais apertada de grana e etc etc etc. Mas pelo amor! Não é para tanto. Nem de longe!
As pessoas tem filhos há não sei quantos mil anos, até por isso estamos aqui. Minha avó teve 6. A cunhada dela, 11. Minha própria mãe já me disse que teria tido mais. Ou seja, não deve ser tão ruim assim, certo?

Aí eu pensei, pensei, pensei e só consigo concluir que as pessoas devem estar muito mais egoístas. Porque ter filho é meio que uma sessão intensiva de desapego. Para as mulheres, começa com o próprio corpo. E para os homens, com a própria mulher. Mas isso todo mundo sabe, então, vamos pensar mais antes de agir?

Tudo isso é uma pena. Porque deixam de aproveitar a parte boa, que não tem preço.
Gerar uma vida dentro de você é muito louco. A gente tem, por alguns meses, dois corações. Dar a vida a uma pessoinha chega a ser divino, coisa de Deus mesmo. Acompanhar suas descobertas, seu desenvolvimento. Suas alegrias e tristezas. Ter herdeiro. Descobrir que ela é birrenta como você. Que é a cara do pai quando está dormindo. Que tem o abraço mais aconchegante do mundo mesmo com bracinhos tão curtos.


Ter filho é bom demais. Boooom demais, gente.
Então, vamos pensar em formar pessoas bacanas, seguras, felizes com o que são? É só amá-los como eles merecem. E eles merecem.
Juro que não dá pra entender...

quarta-feira, 23 de março de 2011

Ai meu coração de mãe

Faz um tempinho rolou uma questão entre as #twittmaes: é melhor ser o pai/ mãe de quem morde ou de quem é mordido? Várias pessoas responderam, cada uma com seu ponto de vista mas eu não havia me manisfestado porque de verdade, não sabia a resposta. Até que eu li um comentário com a qual eu concordei: nenhuma das duas posições é confortável. Claro.

No hotel em que passamos o Carnaval, apesar do espaço enorme para as crianças brincarem ao ar livre, haviam alguns brinquedos mais urbanos. Entre eles, um carrinho daqueles que os pequenos podem entrar, fechar a porta e sair buzinando por aí como gente grande faz. O tal brinquedo fazia muito sucesso entre todas as crianças.

Já na sexta de noite, Maria Beatriz tinha se apaixonado. Sábado quando passamos pelo terraço dos brinquedos ela foi direto na direção do carro mas ele estava ocupado por uma menininha que deveria ter uns 4 anos. Minha filha ficou super decepcionada. Ai meu coração de mãe.

Mas enfim, ficamos por ali esperando a nossa vez. O problema é que o tempo passava e a menina não largava o carrinho de jeito nenhum. O pai pedia, daquele jeito de pai que pede mas esta com preguiça de tomar alguma atitude mais firme, para ela sair  e "deixar a amiguinha brincar um pouco" mas nada acontecia. Muito pelo contrário, quando ela via que alguém se aproximava, entrava no carrinho e fechava a porta. Uma hora ela até disse que queria ir até o balanço, mas quando se deu conta de que teria que abandonar o carrinho desistiu da idéia.

Eu fiquei muito invocada. Poxa vida. Quando é a situação contrária eu falo para Maria Beatriz deixar a outra criança brincar ou a distraio com outra coisa. A coitadinha ficava rondando, rondando. Olhando de rabo de olho enquanto brincava com os outros brinquedos, só esperando uma chance. Ai meu coração de mãe.

Até que a mãe da menina chamou os dois para almoçar. Mas enquanto a Maria Beatriz caminhava ate o carrinho duas meninas mais velhas chegaram atropelando e tomaram posse. Quase morri com a cara de decepção da minha filha, que aperto no meu peito. Ai meu coração de mãe. Mas ok, a vida é assim. Pegamos, Giovane e eu, outro brinquedo e ficamos por perto esperando uma nova oportunidade, que chegou logo, ainda bem.

Só que a Beatriz tinha mal começado a brincar e a menininha de 4 anos voltou de um jeito meio brusco, disposta a tomar seu brinquedo. Aí sim o pai se fez presente. Chegou logo atrás dela dizendo que agora era a vez da neném e que ela teria que esperar um pouco. A menina abriu o berreiro, começou a espernear, deu um show. O pai pegou-a no colo e a levou embora. Eu, de longe, ainda ouvia o seu protesto. Fiquei morrendo de pena. Ai meu coração de mãe.

A conclusão dessa história toda é que não é fácil educar. Nadica de nada. A minha vontade íntima era de na primeira vez já ter tirado a menininha de 4 anos a força do carrinho para que a minha filha brincasse. E mais, acho que seria capaz de levar o brinquedo para o nosso quarto, assim ela poderia brincar a hora que quisesse sem interferência. Eu sou mãe. Quero que a minha filha fique feliz sempre, que não sofra, que não se decepcione, que não se machuque. Aposto que do outro lado, o pai tinha o mesmo pensamento. Cada um defendendo a sua cria. 
Mas justamente por ser mãe, tenho que ensiná-la que a vida real não é assim, por mais que me doa, o que é certo é certo. E tem que aprender de pequeno, né? Ai meu coração de mãe.....

Em tempo: antes que alguém se pergunte, sim, nós incentivamos que a Maria Beatriz brinque com outras crianças, que socialize e divida os brinquedos. A menininha de 4 anos até tentou que as duas ficassem juntas dentro do tal carro. Mas não dava...tinha que ser uma de cada vez.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Respirando no saco. A gente muda mesmo!

Eu estava descendo uma rua na Vila Madalena, bem devagar, procurando um estacionamento que deveria estar à minha esquerda. Achei. Olhei pelo retrovisor e vi um carro preto bem longe, dei a seta e entrei. Eu não estava na esquerda (erro meu) mas também não estava na direita.

No que eu virei sentimos, Maria Beatriz e eu, uma pancada forte. Quando eu olho para fora, uma linda e imponete Ecosport. Ferrou! Bati o carro, o que já não é legal, e com a minha filha nele.

Abri o vidro e disse qualquer coisa, afinal, levei um susto. E escutei a dona da Eco que esbravejada de volta enlouquecidamente. Nem me lembro o que ela falava tanto. Nisso umas pessoas se juntaram na minha porta para saber se o bebê estava bem. Sim, ela estava bem, apenas um pouco asustada. A minha primeira reação foi entrar na discussão e gritar de volta. Tipo aquela vontade incontrolável de jogar todos os pratos do armário no chão, típica de uma TPM bem caprichada. Mas olhei para trás, vi os olhos arregalados da minha filha, contei até dez e me recompus.

Então eu disse para a moça, de dentro do carro ainda, que estava com uma criança e que ela tinha se assustado com a batida. Pedi que ela se acalmasse, parasse de gritar e aí sim conversaríamos civilizadamente. Ela não parou, claro. Então repeti calmamente, mas com firmeza, as mesmas palavras de antes. Desci e fui pegar a pequena. A moça veio ao meu encontro e acreditem, ainda sim esbravejando. Eu apenas disse que não iria discutir naquela hora, pedi que ela anotasse meu telefone, minha placa se quisesse e então falaríamos depois.

Aí sim ela foi se acalmando e começou a tentar justificar sua reação histérica, pediu desculpas e ainda me disse que tinha duas filhas pequenas. No que eu respondi que então ela deveria saber se comportar melhor em uma situação dessas.

Enfim, contatos anotados fomos embora. Beatriz e eu tinhamos uma festa pela frente. Mas aí eu é que fiquei nervosa. Minhas pernas tremiam, pedi até para o manobrista do estacionamento guardar meu carro.

A batida, apesar de desagradável, só arranhou um pouco o meu Palinho e pelo que eu me lembre não fez nada na Eco. Fiquei aliviada, poderia ter sido pior.



Nesses poucos minutos eu aprendi que:

.Tenho que prestar um milhão de vezes mais atenção no trânsito, mesmo que a rua esteja tranquila. Agora somos duas no carro. Se eu recebi um aviso desses é porque estava precisando dele!

. Não dá, em hipótese alguma, para transportar crianças sem a cadeirinha apropriada. Sem chance!

.Fiquei muito feliz por ter conseguido me controlar. A Beatriz nem percebeu direito o que se passou, estava tranquila e relaxada. Se eu tivesse ficado histéria ela poderia ter se assustado mais ainda. Exemplo é tudo nessa vida.

.Fiquei pensando que mesmo quem não tem filhos, vale mesmo a pena de irritar tanto? Ok, é terrível bater o carro, desagradável e tal. Mas nessa situação ainda que nadica de nada aconteceu de grave. Olha só quantas rugas a moça ganhou sem necessidade alguma.

.As pessoas são solidárias. Fofas as que vieram saber se a Beatriz estava bem. Uma senhora ficava dizendo, "pelo amor de deus, primeiro veja o que aconteceu e depois se precisar, fiquei brava!" Falou tudo! O manobristra do estacionamento foi muito legal também. Tem gente boa por aí sim.

.E carro a gente conserta, como diria a minha avó, vão-se os anéis, mas ficam os dedos. De noite agradeci muito por todos os arranhões e amassados do meu carro. Ok, eles poderiam não existir. Mas já que existem, mostram que os acidentes foram bem pequenos e que ninguém nunca se machucou.

PS - que fique claro que eu não sou barbeira não! apenas muito azarada... Só pra constar :-)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Bolhas sim. Mas só de sabão.

Eu ia escrever sobre outra coisa hoje, mas o post de ontem da Calu (aqui) me fez lembrar de uma matéria que eu li uma vez e uma coisa levou a outra.
A matéria contava a história de jovens de 18, 19 anos estavam procurando-terapia-desesperadamente por conta própria porque se ligaram que a criação que receberam dos pais não lhes dava a mínima estrutura emocional para viver em sociedade.
Ou seja, foram criados em bolhas e se tornaram bolhas (digo bolhas com o maior carinho do mundo. Sério, carinho de mãe. Porque não deve ser fácil, para nenhum dos envolvidos.)

O que me chamou muito a atenção e me deixou muito, muito chateada foi o sofrimento pelo qual eles estavam passando. Total crise de identidade em uma época em que eles tinham é que estar curtindo a vida adoidado.
Doía de verdade perceber que não sabiam lidar com a autoridade, que não sabiam se socializar sozinhos, lidar com dinheiro, escolher sua cor favorita, administrar suas vidas e por aí vai...
E que a essa altura do campeonato iam ter que fazer curso intensivo para aprender a ser gente grande.

Os entrevistados eram apenas os filhos, mas fiquei imaginando também a situação dos pais. Porque, acredito eu, nada disso acontece de propósito. É que eles são bebezinhos tão indefesos, tão pequenos ainda, vão ter a vida inteira para aprender e de repente...já era.
O tempo voa! VOA!!
E aí não dá para voltar atrás.

Eu não sou a mãe perfeita, erro pra caramba e com muito gosto, porque eu acho que importante errar também.
Mas uma coisa aqui em casa o Giovane e eu prezamos muito, a independência da nossa filha.
Ela já tem personalidade forte, coragem e vai embora sem nem olhar para atrás, isso é dela.
E a gente do lado de cá sempre incentiva.

Nós queremos mesmo é que ela aprenda a se virar sozinha. Simplesmente porque isso vai torná-la mais forte e mais segura para seguir o caminho que ela escolher.
E também porque pai e mãe, infelizmente, não duram para sempre.

Então a gente prefere deixar que ela bata a cabeça (de leve!!) na cadeira quando vai se levantar do chão para aprender que tem que prestar atenção em tudo a sua volta.
Que ela pise no chão quente e frio, sem sapatos, para aprender que existe quente e frio, e que ela pode se machucar.
Que ela leve uns pegas da Flor (também de leve!) para ela entender que não se pode puxar a orelha do cachorro porque dói e ele reage.
E gostamos de deixar bem claro que ela está levando uma bronca, que existe o não. Não vale só ficar distraindo e chamando atenção para outra coisa quando ela está aprontando.
Porque um mundo cor de rosa, além de ser extremamente enjoativo, não existe.

Apesar disso tudo, somos os primeiros a dar muito, muito colo e muitos, muitos beijos e abraços para que ela se sinta querida e amparada quando algo não da certo.
Porque sim, a gente sabe que ela é mini ainda, entende as coisas até certo ponto e precisa muito da gente.
Na verdade, o nosso colo é eterno. Claro.

Mas no geral, tanto quanto é possível para uma criança de 1 anos e sete meses, o mundo em que ela vive tem bandido e tem mocinho. É colorido mas também tem seu lado cinza. Faz muito sol, mas às vezes chove.
É um mundo real.
Os contos de fadas a gente deixa para hora das brincadeiras.

E citando a Calu: "Por isso aqui em casa o lobo ainda devora a vovó e é morto pelo caçador, o boi tem cara preta, atiramos o pau no gato, e tudo mais como era antigamente..."

PS - minha cantiga preferida é o Boi da Cara Preta. Gosto da melodia e desafino menos, ok?

PS2 - que nossos filhos brinquem com bolhas, como as de sabão por exemplo, mas não se tornem uma delas. hahaha ok, frase cafona mas de profundo siginificado.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Às vezes o melhor a fazer, é não fazer nada.

Criança é de fase. Cada hora uma novidade.
E a gente tem que rebolar para recolocar as coisas no eixo.
Um eterno aprendizado!

Semana passada a Maria Beatriz começou a reclamar no carro.
Ok, a escola não é suuuper perto. Mas também nao é suuuper longe.
E a gente sempre se divertiu no caminho.
Eu sou a rainha das brincadeiras no carro.

Enfim, ela começou com uns gritinhos AAAHHH AAAHHH.
Não era choro porque algo estava incomodando, entendam, esses gritinhos não tinham nenhum fundamento, nenhuma razão de ser.
Mãe sabe a diferença.

A minha primeira reação foi tirar da manga todas as brincadeiras que geralmente funcionam.
E não deu certo.
Aí eu tentei novas brincadeiras.
Que também não deram certo.
Coloquei o CD do Balão Mágico, na música do Tonico me bateu.
Ela adora porque entende quando fala Mãe e ai ai e daí consegue cantar junto.
Nada ainda.
Comecei a gritar também (a gente faz cada coisa) e ela até riu por um momento, mas logo depois o AAAHHH voltou. E não dava para ficar gritando o caminho todo, né?

Ah! Foram dias de tentativas.
Dias em que a Beatriz estava determinada a continuar com o seu AAAHHH, no matter what!
Às vezes ela mesmo se cansava e o AAAHHH perdia a força.
Aí acho que ela se lembrava que estava no meio de um protesto e aumentava o volume.
Agora fica até engraçado! :)

Em parte porque não tinha realmente mais nada a fazer, tive uma grande idéia: não fazer nada mesmo.
É, deixar ela e o seu AAAHHH sozinhos. Curtindo o momento.

Então, quando Beatriz começava, eu aumentava um pouco a música e ficava cantando e dançando do tipo, não estou te ouvindo.
Ok, pode parecer briga de criança, mas eu não tinha realmente mais nenhuma alternativa.
Ah! E vale o AVISO: Se você não for paciente e não tiver muita força de vontade não tente isso em casa!

No primeiro dia nada mudou.
A partir do segundo, o AAAHHH começou a ter pausas.

Ora para me mostrar uma moto que estava passando.
Ora para me mostrar um caminhão que estava passando.
Ora para me chamar para dançar.
Ora para me mostrar um carro vemelho (meu carro é vermelho e ela aponta todos os que vê e diz: mamãe)
Ora para, acreditem, chamar minha a atenção mesmo do tipo, estou me esguelando aqui e você não vai fazer nada? Eu olhava para ela, ela fazia cara de sofrimento e lá vinha ele: AAAHHH.

E hoje cedo nossa ida à escola foi tranquila, como sempre.
Essa fase passou. Sim!!!
Ela abandonou o AAAHHH e a paz voltou a reinar no nosso trajeto diário casa-escola-casa.
E eu aprendi que às vezes o melhor a fazer é não fazer nada!
Ufa!!