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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Vinha mesmo do coração

Eu me lembro de um dia a Lê, ex-colega de trabalho e hoje amiga, pedir para a nossa ex-chefa para sair mais cedo e ir buscar o filho na escola.
Isso porque o Tommy sempre volta de carona com as tias dela, mas ele tinha dado uma reclamada básica sobre isso, daquelas que deixam a gente se sentindo a pior da mães.

Na escola dos pequenos é assim: quando é hora de ir para a casa, a secretária anuncia no microfone o nome da criança. Nome e sobrenome.
Eu me lembro da Lê dizer que ele queria ouvir Tommy Battistel.                

Para a gente pode parecer besteira, é final de dia, estamos cansados.
Mas para eles que passaram o dia todo na escola, estão loucos de saudades dos pais e de casa, é um momento muito muito importante.
Para falar a verdade, só me dei conta realmente desta importância há pouquíssimo tempo.

A Maria Beatriz estava muuuuito manhosa esses dias. Mamãezinha pra cá e pra lá.
Fui buscá-la na escola na terça e as meninas me disseram que ela ficou chorona, querendo colo e perguntando por mim o dia todo.
Chegando em casa ela grudou que nem carrapato. Encolhida mesmo, posição fetal, quase que querendo entrar de novo na minha barriga.
De madrugada ela acordou e me chamou.
O Giovane foi atendê-la e ela chorou tanto, tanto, tanto que chegou a vomitar.

Na manhã seguinte acordou só às nove e meia, ainda manhosa e não querendo ir para a escola.
Mesmo assim fiz a mala, a lancheira e saímos.
Quando chegamos, ela começou a fazer bico de choro, disse que não queria entrar.
Justo ela que às vezes nos pede para ir ao colégio em pleno final de semana.

Enfim, a gente sabe quando é pura birra e quando a reclamação vem do coração.
Este choro vinha do coração e decidi deixá-la comigo.
Estou trabalhando de casa essa semana, conjuntivite.

E o dia todo foi assim: eu trabalhando e ela grudadinha.
Brincou grudadinha, comeu grudadinha, dormiu grudadinha comigo.

Quando sai para terapia no final do dia mais um escândalo, achei que ela fosse vomitar de novo.
Olhei bem nos olhos dela e disse que tinha que sair mas que voltaria para buscá-la. E fui.

Cheguei na terapia arrasada. Contei tudo e ficamos tentando descobrir o porquê de tanta insegurança.
A terapia vale pela família toda!

E na verdade, tivemos tempos turbulentos:
O Giovane e eu viajamos recentemente e muito perto um do outro.
Falamos que vamos mudar de casa (o que pode ser bem confuso e muito subjetivo para uma criança de dois anos, mas enfim, foi com a melhor das intenções)
Ela está tirando a fralda e está gripada.


Não que eu ache pouca coisa, mas ainda assim não estava convencida.
Pensei, pensei, pensei e meu de um click!

Por duas vezes quase que seguidas nos enrolamos no trabalho e no trânsito fomos buscá-la às sete e meia da noite. Ela sai todos os dias às sete.

E fiquei imaginando ela na escola, cansada depois de um longo dia de atividades, vendo todos os amigos serem chamos no microfone, nome e sobrenome, e nada de Maria Beatriz.
As tias indo embora, as luzes das salas e do parquinho sendo apagadas…
Aí ela se vê com a diretora, que por mais que seja um amor de pessoa, já está com a bolsa debaixo do braço.
As duas sozinhas, num silêncio não comum para um ambiente escolar, e a minha filha sem saber direito a que horas iam buscá-la. Ou se iam buscá-la.

Foi duro.

No dia seguinte cedo, olhei bem nos olhos dela e disse que sabia que ela estava chateada por causa disso.
O olhar dela para mim, profundo e sincero, me disse tudo: era isso mesmo que a tinha deixado tão insegura.

No mesmo instante prometi que não iria mais acontecer.
Que ela poderia ir para escola e ficar tranquila.
E ela podia confiar que o papai e a mamãe não iam mais deixá-la na escola tanto tempo depois do horário.

Foi duro.
E vinha mesmo do coração.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Troca Troca

Eu fui criada em meio a muito troca troca. De roupas, sapatos, bolsas, bijus... Troca troca para mim é muito natural e saudável.

Minha mãe tem três irmãs. Eu tenho duas primas da minha idade. Dá para entender, né? Muita mulher junta, dá nisso. Cada hora é uma sacolinha que chega ou vai embora. Aí a gente se encontra e a tia está com um sapato que foi seu, você está com uma calça que foi da sua prima...
Com as minhas amigas mais próximas acontece a mesma coisa.

Eu adoro por vários motivos.
Porque tem sempre novidade no guarda roupa sem custo algum.
Porque essas peças se tornam especiais, as que a gente recebe e as que a gente dá. A gente sabe de onde veio, gosta da pessoa que deu e o carinho se tranfere para a peça, de verdade. E é tão gostoso receber que quando a gente dá, faz com prazer pois sabe que a nova dona vai ficar feliz e usar bastante.

O mais importante de tudo, a gente usa mesmo a roupa, até o fim.
Sejamos sinceras, mulher é consumista, compra sem precisar, sem poder, sem gostar e acaba não usando. Essa á uma maneira incrível de dar fim aquela peça que está há anos no seu armário, você usou duas vezes e sabe que nunca mais vai nem olhar para ela porém tem dó de se desfazer.

Eu defendo o desapego, renovação de energia. A gente tem que praticar.

Essa lição vem de berço. Minha mãe nos incentivava a doar brinquedos que não usávamos mais. Eu fazia trabalho social já no ginásio, era parte da grade curricular da escola. Isso conta, sem dúvida alguma.
E do mesmo jeito que aprendi desde pequena que a gente tem que ser desapegada, é essa a lição que eu quero passar para a Maria Beatriz.

Vira e mexe eu faço uma limpeza nos brinquedos e nas roupinhas dela. Ela ainda não entende, claro, mas um dia vai começar a me ajudar. Sempre separo bastante coisa para caridade também.
A própria Maria Beatriz tem muitas roupinhas que vieram da filha de uma amiga minha. São coisas lindas que eu cuido com muito carinho.

Criança perde tudo muito rápido, roupas, sapatos, alguns tipos de brinquedo, cadeirão, carrinho, babá eletrônica, bebê conforto... Esse comecinho de vida é repleto de ciclos e cada um deles tem seus acessórios. O que eu não dou porque podemos usar mais tarde, empresto. Ficar parado no armário para que se alguém pode usar??
Uma coisa que eu já fiz também foi customizar as roupinhas. Se estava calor e a Beatriz só tinha calças e bodies de manga longa, eu passava a tesoura nas mangas e pernas. Assim não precisamos comprar peças novas.

Eu já fui muito em brechós. Já comprei para mim e até para a minha filha. Gosto desse sistema também.
Mas é impessoal, né?
Esse troca troca tem sempre uma historinha junto: "eu me apaixonei por essa blusinha, mas estava atrasada e não experimentei, só quando cheguei em casa é que reparei que o tamanho estava errado. Mas adivinha? Já tinha tirado a etiqueta!"
Vai me dizer que isso nunca aconteceu? Rá! Duvido!!

É muito divertido!

Tão divertido que é prática comum entre as #twitmaes também. Porque além de mães, blogueiras e amigas, somos conscientes também.

Foi uma tarde deliciosa. Conheci pessoalmente outras mães, revi uma amiga muito antiga dos tempos de colégio e ainda sim muito querida, trocamos experiências e muitas risadas. Ah! E conheci também um lindo Gato de Botas.

Parabéns, meninas! Ficaram lindas na tevê! Até que a gente leva jeito pra coisa?