A matéria contava a história de jovens de 18, 19 anos estavam procurando-terapia-desesperadamente por conta própria porque se ligaram que a criação que receberam dos pais não lhes dava a mínima estrutura emocional para viver em sociedade.
Ou seja, foram criados em bolhas e se tornaram bolhas (digo bolhas com o maior carinho do mundo. Sério, carinho de mãe. Porque não deve ser fácil, para nenhum dos envolvidos.)
O que me chamou muito a atenção e me deixou muito, muito chateada foi o sofrimento pelo qual eles estavam passando. Total crise de identidade em uma época em que eles tinham é que estar curtindo a vida adoidado.
Doía de verdade perceber que não sabiam lidar com a autoridade, que não sabiam se socializar sozinhos, lidar com dinheiro, escolher sua cor favorita, administrar suas vidas e por aí vai...
E que a essa altura do campeonato iam ter que fazer curso intensivo para aprender a ser gente grande.
Os entrevistados eram apenas os filhos, mas fiquei imaginando também a situação dos pais. Porque, acredito eu, nada disso acontece de propósito. É que eles são bebezinhos tão indefesos, tão pequenos ainda, vão ter a vida inteira para aprender e de repente...já era.
O tempo voa! VOA!!
E aí não dá para voltar atrás.
Eu não sou a mãe perfeita, erro pra caramba e com muito gosto, porque eu acho que importante errar também.
Mas uma coisa aqui em casa o Giovane e eu prezamos muito, a independência da nossa filha.
Ela já tem personalidade forte, coragem e vai embora sem nem olhar para atrás, isso é dela.
E a gente do lado de cá sempre incentiva.
Nós queremos mesmo é que ela aprenda a se virar sozinha. Simplesmente porque isso vai torná-la mais forte e mais segura para seguir o caminho que ela escolher.
E também porque pai e mãe, infelizmente, não duram para sempre.
Então a gente prefere deixar que ela bata a cabeça (de leve!!) na cadeira quando vai se levantar do chão para aprender que tem que prestar atenção em tudo a sua volta.
Que ela pise no chão quente e frio, sem sapatos, para aprender que existe quente e frio, e que ela pode se machucar.
Que ela leve uns pegas da Flor (também de leve!) para ela entender que não se pode puxar a orelha do cachorro porque dói e ele reage.
E gostamos de deixar bem claro que ela está levando uma bronca, que existe o não. Não vale só ficar distraindo e chamando atenção para outra coisa quando ela está aprontando.
Porque um mundo cor de rosa, além de ser extremamente enjoativo, não existe.
Apesar disso tudo, somos os primeiros a dar muito, muito colo e muitos, muitos beijos e abraços para que ela se sinta querida e amparada quando algo não da certo.
Porque sim, a gente sabe que ela é mini ainda, entende as coisas até certo ponto e precisa muito da gente.
Na verdade, o nosso colo é eterno. Claro.
Mas no geral, tanto quanto é possível para uma criança de 1 anos e sete meses, o mundo em que ela vive tem bandido e tem mocinho. É colorido mas também tem seu lado cinza. Faz muito sol, mas às vezes chove.
É um mundo real.
Os contos de fadas a gente deixa para hora das brincadeiras.
E citando a Calu: "Por isso aqui em casa o lobo ainda devora a vovó e é morto pelo caçador, o boi tem cara preta, atiramos o pau no gato, e tudo mais como era antigamente..."
PS - minha cantiga preferida é o Boi da Cara Preta. Gosto da melodia e desafino menos, ok?
PS2 - que nossos filhos brinquem com bolhas, como as de sabão por exemplo, mas não se tornem uma delas. hahaha ok, frase cafona mas de profundo siginificado.
Superorgulho da minha filhota. Dora
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