sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Minha pequena grande filha

Pensei, pensei e desde a última vez que eu escrevi o assunto mais importante e recente lá em casa é o abandono das fraldas.

Desde de muito tempo a Maria Beatriz se mostra pronta. Pede para fazer xixi na privada, faz xixi no penico na escola.
Mas decidimos esperar ela fazer 2 anos, idade em que a criança está biologicamente pronta para este passo importante.

Umas semanas depois do aniversário da Maria Beatriz, em um sábado de manhã, chamei ela no quarto, me agachei para conversamos de igual para igual e expliquei que a partir daquele momento ela só iria usar fraldas para dormir – de tarde e de noite.
E que durante o dia ela ia usar calcinha, que nem a mamãe, porque ela já era uma menininha e não mais um bebê.
Perguntei se ela tinha entendido tudo e ela fez que sim com a cabeça.
E eu completei dizendo que ia tirar a fralda dela naquele momento e colocar uma calcinha.
E disse que se o xixi viesse, ela tinha que dizer pra ele esperar e me chamar para irmos ao banheiro.
Ela adorou a novidade, dava pra ver a satisfação dela por ser tratada como menina.
Escolheu uma calcinha amarela para sua estreia e foi correndo na sala contar a novidade para o Giovane.
Meus olhos encheram de lágrima.

O primeiro dia foi corrido, fomos ao teatro, cabelereiro…tivemos alguns acidentes. Mas acho que normais.
E eu, que andava feliz da vida porque já tinha uma filha grandinha que não precisava de uma mudança a cada almoço fora de casa, me vi as voltas com uma bolsa cheia de calcinhas e calças extras.

Na escola foi mais tranquilo desde o começo.
Um bando de mini pessoas indo ao banheiro juntinhas, deve ser tão divertido e interessante que os acidentes são menos frequentes.
E eles são realmente solidários.
Um dia eu fui buscá-la e para convencê-la a fazer xixi antes de virmos para casa pedi que ela me mostrasse onde era o banheiro.
Ela foi, toda exibida e dona do pedaço.
Tirou a calça, sentou no penico e fez seu xixi, tranquilamente, observada com uma plateia considerável.

A novidade passou, Maria Beatriz se cansou, com toda razão, das pessoas perguntando de 5 em 5 minutos se ela queria ir ao banheiro.
Ou inventando brincadeiras e historinhas para atraí-la ao penico.
E os acidentes ficaram mais frequentes.
Sofá, cadeirinha do carro, sapatos (meus e dela), garagem do prédio, chão do cabelereiro, do supermercado, cama (nossa, dela e da Flor)…

Eu procuro sempre me manter controlada, é cansativo. Teve dias em que eu troquei ela umas 10 vezes. Sem exagero algum.
Mas semana passada eu não aguentei.

Chegamos em casa e eu fui ao banheiro. Perguntei se ela queria ir e ela disse que não.
Eu procuro respeitar os nãos dela, porque ela tem realmente que aprender a identificar o xixi chegando.
Mas quando voltei para a sala e a vi paralisada, olhando pros pés…conheço esta cena.
Eu não verbalizei nada, mas disse: PQP! Eu não acabei de te perguntar se você queria ir ao banheiro?

A resposta dela veio em forma de bico e birra, não queria tirar a calça molhada de xixi.
Eu insisti uma, duas, três vezes. Desisti e fui lavar louça.

Minutos depois sinto alguém agarrando a minha perna.
Quando olhei para baixo me deu um clique. Claro que ela tinha ficado chateada, envergonhada por causa da minha reação.
Me agachei – quem tem criança sabe o quanto isso é importante – olhei nos olhos dela e disse que não estava brava por causa do xixi na sala, porque eu sei que ela está aprendendo e às vezes escapa, mas estava chateada porque ela não queria trocar de roupa.
Ela mudou de assunto e me pediu Danoninho. Mas eu disse que só depois de colocarmos uma roupa limpa.
E foi o que fizemos.

Toda ação tem uma reação, certo? Certo.
Maria Beatriz fez TODOS os xixis seguintes na roupa. Foram 6 calcinhas até a hora de colocar o pijama.
Ela é a cara do Giovane, mas por dentro ela é inteirinha Ana Maria.
E como eu me conheço, sei que ela estava me testando.
Checando se a nossa conversa tinha realmente fundamento.

Eu enfiei o rabo entre as pernas e limpei todos os SEIS xixis, quietinha, dizendo que tudo bem, que ela estava aprendendo.
Mas que tinha que prestra mais atenção e lembrar de chamar a mamãe assim que tivesse vontade de fazer xixi.
A cara dela pra mim era meio que Aham Claudia, senta lá. Hoje não vai ser assim.

Sim, ela só tem dois anos, um mês e quinze dias.

Um comentário:

  1. É, LENDO SEU POST VI QUE REALMENTE A CADA DIA APRENDEMOS COM OS FILHOS. TENHO UM BEBÊ DE 4 MESES E SEI QUE LOGO LOGO ESTAREI PASSANDO POR ESSE MOMENTO E SINCERAMENTE QUERO FAZER IGUALZINHO VOCÊ, PORQUE CRIANÇA TAMBÉM TEM QUE SER RESPEITADA E SENTIR QUE É. BJUS E PARABÉNS, VOCÊ É UMA SUPER MÃE!!!

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