quarta-feira, 23 de março de 2011

Ai meu coração de mãe

Faz um tempinho rolou uma questão entre as #twittmaes: é melhor ser o pai/ mãe de quem morde ou de quem é mordido? Várias pessoas responderam, cada uma com seu ponto de vista mas eu não havia me manisfestado porque de verdade, não sabia a resposta. Até que eu li um comentário com a qual eu concordei: nenhuma das duas posições é confortável. Claro.

No hotel em que passamos o Carnaval, apesar do espaço enorme para as crianças brincarem ao ar livre, haviam alguns brinquedos mais urbanos. Entre eles, um carrinho daqueles que os pequenos podem entrar, fechar a porta e sair buzinando por aí como gente grande faz. O tal brinquedo fazia muito sucesso entre todas as crianças.

Já na sexta de noite, Maria Beatriz tinha se apaixonado. Sábado quando passamos pelo terraço dos brinquedos ela foi direto na direção do carro mas ele estava ocupado por uma menininha que deveria ter uns 4 anos. Minha filha ficou super decepcionada. Ai meu coração de mãe.

Mas enfim, ficamos por ali esperando a nossa vez. O problema é que o tempo passava e a menina não largava o carrinho de jeito nenhum. O pai pedia, daquele jeito de pai que pede mas esta com preguiça de tomar alguma atitude mais firme, para ela sair  e "deixar a amiguinha brincar um pouco" mas nada acontecia. Muito pelo contrário, quando ela via que alguém se aproximava, entrava no carrinho e fechava a porta. Uma hora ela até disse que queria ir até o balanço, mas quando se deu conta de que teria que abandonar o carrinho desistiu da idéia.

Eu fiquei muito invocada. Poxa vida. Quando é a situação contrária eu falo para Maria Beatriz deixar a outra criança brincar ou a distraio com outra coisa. A coitadinha ficava rondando, rondando. Olhando de rabo de olho enquanto brincava com os outros brinquedos, só esperando uma chance. Ai meu coração de mãe.

Até que a mãe da menina chamou os dois para almoçar. Mas enquanto a Maria Beatriz caminhava ate o carrinho duas meninas mais velhas chegaram atropelando e tomaram posse. Quase morri com a cara de decepção da minha filha, que aperto no meu peito. Ai meu coração de mãe. Mas ok, a vida é assim. Pegamos, Giovane e eu, outro brinquedo e ficamos por perto esperando uma nova oportunidade, que chegou logo, ainda bem.

Só que a Beatriz tinha mal começado a brincar e a menininha de 4 anos voltou de um jeito meio brusco, disposta a tomar seu brinquedo. Aí sim o pai se fez presente. Chegou logo atrás dela dizendo que agora era a vez da neném e que ela teria que esperar um pouco. A menina abriu o berreiro, começou a espernear, deu um show. O pai pegou-a no colo e a levou embora. Eu, de longe, ainda ouvia o seu protesto. Fiquei morrendo de pena. Ai meu coração de mãe.

A conclusão dessa história toda é que não é fácil educar. Nadica de nada. A minha vontade íntima era de na primeira vez já ter tirado a menininha de 4 anos a força do carrinho para que a minha filha brincasse. E mais, acho que seria capaz de levar o brinquedo para o nosso quarto, assim ela poderia brincar a hora que quisesse sem interferência. Eu sou mãe. Quero que a minha filha fique feliz sempre, que não sofra, que não se decepcione, que não se machuque. Aposto que do outro lado, o pai tinha o mesmo pensamento. Cada um defendendo a sua cria. 
Mas justamente por ser mãe, tenho que ensiná-la que a vida real não é assim, por mais que me doa, o que é certo é certo. E tem que aprender de pequeno, né? Ai meu coração de mãe.....

Em tempo: antes que alguém se pergunte, sim, nós incentivamos que a Maria Beatriz brinque com outras crianças, que socialize e divida os brinquedos. A menininha de 4 anos até tentou que as duas ficassem juntas dentro do tal carro. Mas não dava...tinha que ser uma de cada vez.

Um comentário:

  1. Puxa, cada situação que a maternidade nos coloca....
    Ainda estou no início, meu filho ainda é bem novinho, mas já peço a Deus muita sabedoria para lidar com essas questões!
    Bjinhux

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