sexta-feira, 4 de março de 2011

Quando a licença maternidade termina.

Quando eu disse que nós mães blogueiras formamos uma verdadeira legião e o que o mais legal disso é a troca de experiências, eu não estava dizendo só por dizer.
Ontem tive uma tarde super gostosa com algumas delas, mas isso é assunto para outro post.

Esse aqui vai contar outra história. A da Angélica que vai voltar a trabalhar porque a licença maternidade chegou ao fim. Há tempos que ela anda meio chorona e essa semana eu puxei o assunto e mandei um email para tentar confortá-la e fazer com que se sentisse apoiada, porque é difícil mesmo.
O carinho que eu recebi em troca foi uma surpresa e me encheu de satisfação. É muito bom poder ajudar os outros.

Como hoje é véspera de Carnaval e eu tenho muitas malas para arrumar, pedi à Angélica permissão para publicar o email que eu escrevi a ela.
É enoooooorme, mas quem sabe não ajuda outras mães a se sentirem amparadas, né?



querida,
quando fui deixar a maria beatriz no berçário, ela com 4 meses, eu ainda assustada com tudo aquilo (leia-se maternidade) e em meio a uma depressão pós parto aguda que eu ainda não sabia que tinha, só me lembrava da frase que a diretora da escola me disse quando nos conhecemos: fique tranquila, ela vai ficar bem. essa fase de adaptação é somente da mãe.

eu decorei essa frase e fiquei repetindo para mim mesma milhares de vezes.
e se eu, piradinha que estava, dei conta, você vai se sair muito bem também.
com o tempo eu percebi que é a mais pura verdade, a tal frase da diretora.
aos 4 meses eles não tem muita noção do tempo e tal. ainda. por isso até mais fácil que essa separação, muitas vezes inevitável, aconteça nessa época. claro que sentem falta, afinal, somos a mãe deles. mas pelo menos não choram na despedida. e isso facilita MUITO as coisas. quem chora é a gente, escondido do filho, claro.

e é um período muito doído meeesmo. a concentração no trabalho não é a mesma. nem adianta tentar que seja. minha ex-chefa e hoje amiga me disse que a mulher demora 2 anos para voltar ao normal (se é que volta). pois é. então não se exija tanto.

você vai se lembrar dele toda hora, vai ficar com vontade de chorar (vá ao banheiro e chore. capricha na make depois). vai ligar de 5 em 5 minutos para a pessoa que estiver com ele para saber se ele comeu, mamou, se o cocô estava mole ou duro, se dormiu bem, se ele deu risada, brincou, perguntou de você (essa quando ele começar a falar). vai sim perder algumas descobertas dele já que ele vai passar a maior parte do dia longe de você. mas faz parte. ele vai continuar a ser seu filho, a te amar muito e vice versa. como minha própria mãezinha sempre diz, filho a gente cria pro mundo. e é isso.

acho que essa separação é meio que um segundo parto. e devem vir muitos mais pela frente. então é melhor a gente ficar craque nisso. já imaginou quando ele aparecer com a namorada dizendo que vai se casar. OMG!! melhor deixar esse assunto para depois. uma coisa de cada vez. ;)

mas o que eu posso te dizer é que fica mais fácil. e de coração, não se exija tanto. é sofrido, dói e não adianta fingir que não. e cuidado nesse momento para não vestir a roupa de mulher maravilha e querer sair abraçando o mundo porque não rola. (mesmo que a gente seja mulher maravilha às vezes, não se cobre como tal). faça o possível, mas se permita errar, se permita um pouco de insegurança em assuntos que você geralmente tira de letra, se permita dizer não algumas vezes sem medo da reação das pessoas. porque a gente muda, nossas prioridades mudam, nosso jeito de enxergar o mundo muda. e leva tempo para que a gente e o mundo a nossa volta se adapte à nova realidade, a pessoa que nos tornamos.

é a nossa gestação como mães. faz sentido? tipo, estamos sendo geradas ainda. e tem que ter paciência. moooiita paciência até que fiquemos prontas.

o importante é que você dite as regras, sabe? então saiba se colocar porque é a partir do seu comportamento que os outros vão saber lidar com essa nova angélica. porque podem pensar que você é a mesma pessoa, acho que até esperam isso, mas você não é mais. nem nunca vai ser. (inda bem que a gente muda pra melhor depois que vira mãe)

não quero te assustar não, mas é que a gente fica angustiada só com a separação da cria e aos poucos percebe que o buraco é mais embaixo.
e faz parte. e é importante passar por isso.

porque a partir de agora você começa a retomar seu lado mulher. você volta a ser, pelo menos em horário comercial, a angélica pessoa e não a mãe do pedro. é isso é super, hiper, mega, blaster, ultra importante.

com o tempo as coisas se ajeitam. e quando você chegar em casa ou for buscá-lo na escola e for recebida com um abraço super apertado, um beijo super babado, e os olhos mais apaixonados do mundo inteiro te olhando, te admirando, morrendo de saudades de você e louco para contar todas as novidades do dia, você nem vai se lembrar mais dessa fase. e vai se sentir a pessoa mais importante do mundo, tipo mais que o barack obama, deus mesmo. e isso não tem preço. isso é ser mãe.

ajudei? ou fiz você se acabar mais ainda nas nozes?
um beijo e fiquem bem!


um beijo e bom Carnaval para todo mundo!!!

10 comentários:

  1. Isso mesmo. É importante começar a processar os vários partos que irão, sem dúvida, (e dp a gente percebe que Graças a Deus) acontecer enquanto nossos filhos crescem. E não adiante pensar que vai ficando mais fácil,(eu sinto mais pq é bebê) pq não vai. São rupturas doidas. E mãe é mãe SEMPRE. Vejo a minha lindinha, com seus quase 83 anos, preocupada se chegamos bem em casa, se estamos agasalhados, feliz qdo vamos visitá-la... Isso é ser mãe. Mas não tem nada mais gostoso do que ver suas crias, tenham elas a idade que tiverem, felizes e sempre que possível por perto. É a mesma alegria de quando íamos buscá-los na escola. Enfim não muda nada, ainda bem...
    beijos. mamãe

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  2. É isso mesmo, nós as mães sofremos mais do que as crianças e é a nossa ansiedade que estraga tudo. Quando os filhos nascem, só um pedacinho do cordão umbilical é cortado pelo médico, os outros pedacinhos a gente vai cortando aos poucos: quando deixam de mamar no peito, quando vão para a creche/escolinha, quando vão dormir na casa da avó, quando começam a namorar, quando começam a trabalhar, quando saem de casa... e cada corte nos traz dor e aflição, mas somos nós que sofremos. Eles, embora sintam a nossa falta, estão excitados demais com as novidades para sofrer tanto, e sabem que sempre estaremos ali, para buscá-los, ampará-los.

    Beijos, bom final de semana.

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  3. Oi nossa essa fase da maternidade e muito louca.. é realmente o querer e não poder! Querer cuidar, amparar, alimentar fazer dormir e não poder.. ainda choro só de pensar ( estou nesse momento chorando) e tão triste pensar q vou ficar horas longe do meu filho... graças a Deus ele vai ficar com a minha mãe... sei q tenho sorte pois muitas mães deixam em escolas, babas e tudo mais... só q a separação e difícil DEMAIS. O nascimento já é uma separação brusca mas natural agora esse momento é necessário no meu caso.. preciso trabalhar e estudar ainda ... creio em Deus q tudo ira dar certo.. OBRIGADA AMIGA PELA AJUDA SEU E-MAIL ME FORTALECEU E ME PREPAROU MAIS PARA ESSE MOMENTO TÃO COMPLICADO . VC É UMA PESSOA ESPECIAL E DE MUITA LUZ.. COLOCOU CADA PALAVRINHA Q EU REALMENTE PRECISA OUVIR .. VC ESTA NO MEU CORAÇÃO E FZD PARTE DESTA PARTE DA HISTORIA DA MINHA VIDA ! obrigada

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  4. Olá, você tinha deixado uma mensagem no meu twitter dizendo:

    tudo bem? você pode me mandar seu email? quero ajuda para um post. obrigada!

    Pois bem, meu e-mail é: primartpb@hotmail.com

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  5. Nossa Ana, muito bom ler isso!
    estou de volta ao trabalho ha uma semana,e sinto todas essas afliçoes...o dificil ,por enquanto me parece,eh mesmo pra gente.Eh dificil "largar o osso",conseguir delegar coisas que apenas nos faziamos por longos meses,pra outra pessoa,deixar a coisa mais preciosa de nossas vidas em outras maos,e ainda sim conseguir trabalhar em paz (ou ao menos tentar).EH muito bom ver, e ler,que nao somos as unicas no mundo,pq essa eh realmente a sensacao q temos,e melhor ainda, saber de quem ja passou por isso,que tudo da certo!
    um bjo
    ana leticia

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  6. Oi,querida!Vi o link que vc postou no blog e vim ler. Quando vc escreveu este post eu li. Me senti confortada.

    A palavra chave é: "Nãos e cobre tanto". Você tem toda razão.
    Obrigada por suas palavras.Mesmo que tenham sido escritas para outra amiga, caíram como luva.

    Beijo grande!

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  7. Querida, vc me ajudou muitoooooo!
    É como se esse email fosse pra mim.
    Veio na hora certinha.

    Muito obrigada!

    Beijos,

    Nathi.

    Obs: Vou te linkar viu?

    Privatizei meu blog, mas se quiser nos acompanhar, mande seu endereço eletronico para natezeca@yahoo.com.br que eu te mando o convite.

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  8. Nossa, vou passar por isso daqui um mês e já estou angustiada agora! A diretora da escola pra onde ele vai disse a mesma coisa pra mim: a adaptação é da mãe! Meu pequeno vai estar com 6 meses!
    É bom ler relatos como o seu porque acalmam. A sensação que temos é que nosso sofrimento é maior que o das outras mães e que não vamos dar conta...mas ao ler histórias assim, percebemos que tudo se ajeita!
    Obrigada e bj
    Rê Senlle
    http://umavidamaisordinaria.blogspot.com

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  9. Poxa mto legal seu post, tenho um bebê de 04 meses, voltarei a trabalhar daqui 02 meses, mas vira e mexe me pego com lágrimas nos olhos ao me lembrar que terei de deixá-lo com outra pessoa...É bom conhecermos experiências de outras mães e sabermos que não somos as únicas a passarmos por isso. =0

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  10. OI ANA, ESTÁ QUASE TERMINANDO MINHA LICENÇA MATERNIDADE E SÓ DE PENSAR EM ME SEPARAR DO MEU FILHO MEU CORAÇÃO JÁ DÓI. ADOREI O QUE DISSE E GOSTARIA DA SUA PERMISSÃO PRA PUBLICAR ESSE E-MAIL NO MEU BLOG. ME EMOCIONEI LENDO. TO TE SEGUINDO. PASSA NO MEU BLOG E SE GOSTAR ME SEGUE TBM... E OLHA TÔ ESPERANDO SUA PERMISSÃO OK... BJUS

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